Abin faz relatórios para orientar defesa de Flávio no caso Queiroz
por: Eduardo Pinheiro
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu pelo menos dois relatórios orientando o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e seus advogados na anulação do caso Queiroz, afirma reportagem da Época.
Os documentos foram enviados em setembro, contradizendo a versão do general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Em declaração pública, o general afirmou que não teria ocorrido atuação da Inteligência do governo após a defesa do senador levar a denúncia ao presidente Jair Bolsonaro Bolsonaro, a ele e a Alexandre Ramagem, diretor da Abin, em 25 de agosto.
De acordo com o jornalista Guilherme Amado, a Abin detalha nos documentos o funcionamento da suposta organização criminosa em atuação na Receita Federal (RFB). Segundo a suspeita dos advogados de Flávio, o grupo teria feito um escrutínio ilegal em seus dados fiscais para fornecer o relatório que gerou o inquérito das rachadinhas.
Um dos documentos deixa claro razão daquele trabalho. Em um campo intitulado "Finalidade?, cita: "Defender FB no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB?. Os dois documentos foram enviados por WhatsApp para Flávio e por ele repassados para sua advogada Luciana Pires.
No mesmo documento, a agência classifica como uma "linha de ação? para cumprir a missão: "Obtenção, via Serpro, de ?apuração especial?, demonstrando acessos imotivados anteriores (arapongagem)?. O texto ainda discorre sobre a dificuldade para a obtenção dos dados pedidos à Receita e chega a fazer imputações a servidores da Receita e a ex-secretários, a exemplo de Everardo Maciel.
"A dificuldade de obtenção da apuração especial (Tostes) e diretamente no Serpro é descabida porque a norma citada é interna da RFB da época do responsável pela instalação da atual estrutura criminosa ? Everardo Maciel. Existe possibilidade de que os registros sejam ou já estejam sendo adulterados, agora que os envolvidos da RFB já sabem da linha que está sendo seguida?, diz o relatório, referindo-se a José Tostes Neto, chefe da Receita.
Abin a favor de Flávio
O primeiro contato de Ramagem com o caso foi numa reunião no gabinete de Bolsonaro, em 25 de agosto. Nesse dia, ele recebeu das mãos das advogadas de Flávio uma petição, solicitando uma apuração especial para obter os documentos que embasassem a suspeita da possível organização na Receita. O diretor da Abin ficou com o material, fez cópia e devolveu no dia seguinte a Luciana Pires, que voltou ao Palácio do Planalto para pegar o documento, recebendo a orientação de que o protocolasse na Receita Federal.
A participação da Inteligência federal, a partir daí, seguiria por meio desses relatórios, enviados a Flávio Bolsonaro, com orientações sobre o que a defesa deveria fazer.
Com informações da Época
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