Flávio Dino critica articulação entre Huck e Moro para 2022

Investindo em uma eventual candidatura à Presidência da República, o apresentador de TV Luciano Huck iniciou uma aproximação com o ex-ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro. O encontro, no entanto, causou ressalvas, afirma reportagem do Estadão.

Para articuladores do projeto eleitoral de Huck, a passagem de Moro em um governo de extrema-direita tira o caráter centrista desejado em uma eventual candidatura. Um dos principais interlocutores do apresentador na esquerda, Flávio Dino (PCdoB) disse que Huck "explode pontes? ao se aproximar do ex-juiz.

"Existe uma rejeição profunda a Moro na política e no mundo jurídico. É visto como extremista e mau caráter. Quem com ele se junta explode pontes e abre mão de ser um aglutinador?, disse.

Antes de comentar o encontro entre Huck e Moro, Dino comentou sobre o vídeo do Moro em defesa de Capitão Wagner (PROS), candidato a prefeito de Fortaleza. Wagner é acusado pelo governador Camilo Santana (PT) de ter incentivado o motim de policiais em fevereiro.

"Moro grava vídeo para um extremista líder de motim, candidato em Fortaleza. Começou muito mal a sua tentativa de se reinventar como referência do "centro?, após servir a Bolsonaro e dele se servir. Cobram tanto da esquerda, mas com um "centro? assim fica difícil demais?, postou o governador em suas redes sociais.

O governador do Maranhão já foi apontado como possível vice em uma chapa com Huck e defendeu publicamente a aproximação entre o global e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem é aliado.

O presidente do Cidadania, o ex-deputado Roberto Freire, porém, não vê problemas na aproximação. Freire já abriu as portas do partido para Huck e tem atraído líderes de movimentos de renovação. Para ele, apesar das diferenças políticas que tem com o ex-juiz, a prioridade para 2022 deve ser combater Bolsonaro.

"Não vejo convergência entre meu partido e o Moro, mas prefiro a direita lavajatista do que Bolsonaro. Se a pessoa quiser se integrar, não podemos excluí-la por causa das companhias com quem ela andava?, afirmou.

Com informações do Estadão