Instituto Pensar - Planalto quer Carlos Fávaro como vice-líder do governo no Senado

Planalto quer Carlos Fávaro como vice-líder do governo no Senado

por: Nathalia Bignon 


Fávaro, ao tomar posse da vaga interina no Senado, no lugar da ex-senadora cassada, Selma Arruda, a "Moro de Saia?- (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)


O senador Carlos Henrique Baqueta Fávaro (PSD-MT) é um dos cotados pelo Palácio do Planalto para assumir a posição de vice-líder do governo no Senado, lugar que era ocupado por Chico Rodrigues (DEM-RR) até a Polícia Federal descobrir uma montanha de dinheiro na sua cueca, na semana passada. A aposta foi feita pela coluna Radar, da Veja, no fim da terça-feira (20).

Fávaro assumiu interinamente em abril a vaga de Selma Arruda (Podemos), cassada pela Justiça Eleitoral, numa disputa entre ex-aliados e da qual o DEM, o partido do governador Mauro Mendes, saiu rachado.

A ex-juíza Selma, que se notabilizou em Mato Grosso como "Moro de saias?, elegeu-se senadora pelo PSL na onda bolsonarista. No entanto, em dezembro de 2019, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) considerou que ela praticou caixa dois e abuso de poder econômico na eleição de 2018, e cassou a chapa, determinando a posse de um interino até uma nova eleição.

Ex-vice-governador na gestão de Pedro Taques (2015-2018), agora, Fávaro é um dos 11 postulantes à cadeira ao Senado e desponta como um dos favoritos à vaga que também será definida nas eleições do próximo dia 15 de novembro.

A disputa, porém, promete esbarrar no desconhecimento dos eleitores. Há pouco mais de 15 dias, a maioria dos mato-grossenses desconhecia que além de votar para prefeito e vereador, também elegeria um senador.

Mesmo assim, a competição está acirrada. Os outros nomes mais cotados são o do próprio ex-governador Pedro Taques (Solidariedade), do ex-deputado federal Nilson Leitão (PSDB), do procurador da Fazenda Nacional Mauro Barros (PSOL) e da Coronel Fernanda (Patriota).

Quem é Carlos Fávaro?

Paranaense de nascimento, Carlos Fávaro chegou com a família a Mato Grosso no final da década de 1980. Ele conta que ele e a família passaram por várias cidades, sempre no cultivo da terra, mas que se instalaram de vez em Lucas do Rio Verde, a 332 km de Cuiabá.  Diz, ainda, que acompanhou o crescimento do município em direção ao agronegócio e a família se firmou como produtora rural.

A atuação no ramo levou Fávaro à vice-presidência nacional da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), entidade que representa o setor econômico mais pujante de Mato Grosso.  Iniciou sua carreira política como vice-governador na chapa de Pedro Taques (Solidariedade) em 2014, como resultado da proximidade da política no Estado com o setor. Hoje, o antigo aliado é seu concorrente direto.

Apesar da ligação direta com o agronegócio, Fávaro declara que seu histórico de vida e a forma de entrar na política não limitam sua agenda de pautas como senador. 

"Eu faço política para todos. Eu batalhei para a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) aplicar o Revalida, para conseguir médicos para trabalhar na linha de frente da pandemia, articulei para elevar a fatia de ajuda financeira federal para Mato Grosso em mais de R$ 1 bilhão?, afirmou. 

Em 2018, ele disputou a vaga ao Senado e ficou na terceira colocação, o que lhe garantiu, judicialmente, o direito de exercer a função temporariamente. 

Com voto declarado do governador Mauro Mendes, o empresário contará, portanto, com o apoio da máquina estadual entre os candidatos ao Senado que disputaram o mesmo cargo ainda em 2018. Sobre o apoio, ele afirma que o benefício de aparecer ao lado do governador vem da troca de cortesia política, que prestou em 2018.

Aos meios locais, o candidato a senador tem se mostrado confiante. "O eleitor vai olhar para o trabalho que desenvolvi esse curto tempo e vai perceber que, se eu continuar o restante do mandato, poderei fazer muito mais?, avalia. 

Com informações da Veja, Valor e O Livre



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