Senador flagrado com dinheiro na cueca amplia licença de 90 para 121 dias
por: Nathalia Bignon
Horas depois de protocolar um pedido licença do mandato parlamentar por 90 dias, o ex-vice-líder do governo Bolsonaro no Senado, senador Chico Rodrigues (DEM-RR) protocolou uma retificação alterando o período para 121 dias. Tanto o pedido quanto a retificação ocorreram nesta terça-feira (20) e foram aceitos pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
O pedido inicial de licença de Chico Rodrigues, de 90 dias, não levaria à convocação do suplente. Agora, com a licença superior a 120 dias, o primeiro suplente, Pedro Arthur Ferreira Rodrigues, filho do parlamentar, será convocado e deverá assumir o mandato.
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Chico Rodrigues foi flagrado com R$ 33 mil na cueca na semana passada. O dinheiro foi encontrado durante uma operação que cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do parlamentar. O DEM, partido ao qual Chico Rodrigues é filiado, pediu ao STF para acessar as investigações. A operação apura suposto esquema de desvio de recursos públicos em Roraima. Rodrigues nega as acusações e afirma que o dinheiro serviria para pagar funcionários.
Aliados do senador, contudo, passaram a última segunda-feira (19) costurando um acordo para que Chico Rodrigues se licenciasse. O próprio presidente do Conselho de Ética, Jayme Campos (DEM-MT), sugeriu que o senador se licenciasse por 121 dias.
Caso do senador no STF
O caso de Rodrigues também está em análise no Supremo Tribunal Federal. Isso porque o ministro Luís Roberto Barroso determinou o afastamento do senador, mas submeteu a decisão ao plenário do tribunal. O presidente do STF, Luiz Fux, marcou para esta quarta-feira (21) o julgamento do caso.
A defesa de Chico Rodrigues comunicou nesta terça ao STF o afastamento do parlamentar. "Entende esta defesa, com as mais respeitosas ve?nias, que o julgamento previsto para a sessa?o plena?ria de 21/10/2020 encontra-se prejudicado?, acrescentaram os advogados.
O dinheiro na cueca
Ao decidir pelo afastamento de Rodrigues, o ministro Luís Roberto Barroso transcreveu parte do relatório da Polícia Federal sobre a operação da semana passada. O texto descreve a apreensão de dinheiro na casa do senador, em Boa Vista (RR), e a tentativa de esconder dinheiro nas roupas íntimas.
"Ao fazer a busca pessoal no senador Chico Rodrigues, num primeiro momento, foi encontrado no interior de sua cueca, próximo às suas nádegas, maços de dinheiro que totalizaram a quantia de R$ 15.000,00?, diz o relatório da PF.
A investigação
A investigação da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União (CGU) apura desvios de cerca de R$ 20 milhões em emendas parlamentares destinadas para o combate à pandemia do coronavírus em Roraima.
Segundo a PF, um grupo criminoso formado por políticos, servidores e empresários fraudou licitações para contratar determinadas empresas pela Secretaria Estadual Saúde (Sesau) de Roraima.
A CGU identificou indícios de sobrepreço e superfaturamento nas contratações feitas pela pasta na compra de itens como Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e testes rápidos de detecção da Covid-19.
De acordo com a investigação, há indícios de que o senador utilizou sua influência política para favorecer empresas privadas ligadas a ele durante os processos licitatórios feitos na pandemia. O esquema, segundo a PF, contou com a participação de políticos, empresários e servidores.
Com informações do G1
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