Ex-assessor de Flávio comprou terreno de Bolsonaro em dinheiro vivo

Investigado no inquérito das rachadinhas e apontado como funcionário fantasma do antigo gabinete de Flávio Bolsonaro (Republicanos) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o coronel da reserva Guilherme dos Santos Hudson pagou R$ 38 mil em dinheiro por um terreno do então deputado federal Jair Bolsonaro e Ana Cristina Siqueira Valle, sua segunda ex-esposa, em Resende. 

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De acordo com reportagem do Estado de S. Paulo, a compra foi feita em 2008. Em valores corrigidos pelo IPCA, o montante corresponderia hoje a R$ 71 mil. O terreno tinha sido adquirido por Bolsonaro e Ana Cristina em novembro de 2003, pelo mesmo valor que o venderam ao coronel.

Coronel Hudson é amigo há décadas de Bolsonaro, com quem cursou a Academia Militar das Agulhas Negras entre os anos de 1973 e 1977. Ele é casado com Ana Maria de Siqueira Hudson, tia de Ana Cristina. Dos três filhos do casal, apenas um nunca trabalhou com o clã Bolsonaro.

A propriedade

O imóvel fica no condomínio Limeira Tênis Clube, equipado com piscina, spa, sauna, bar, salão de festas, campo de futebol e quadras de esportes. Duas propriedades com o mesmo tamanho ? cerca de 560 metros quadrados ? são vendidas em sites de compra e venda de imóveis por R$ 430 mil e R$ 480 mil.

A escritura da compra, obtida pelo Estadão, registra o pagamento em "moeda corrente do País, contada e achada certa? ? denominação usada quando a aquisição é feita em dinheiro.

Investigação sobre "rachadinha?

O Ministério Público do Rio de Janeiro afirma que, em dezembro do ano passado, o ex-assessor de Flávio efetuou saques em dinheiro que totalizaram R$ 260 mil entre 2009 e 2016. Isso corrobora, segundo a Promotoria, a versão de que ele repassava os valores recebidos para seus chefes. Ana Maria, por sua vez, sacou R$ 430 mil, 43% dos rendimentos que teve como servidora do gabinete.