Brandão assume presidência do BB e diz que privatização está descartada
por: Nathalia Bignon
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) oficializou nessa terça-feira (22), no Diário Oficial da União (DOU), a nomeação de André Brandão, ex-presidente do HSBC, que agora assume a presidência do Banco do Brasil. Na mesma publicação, o mandatário formalizou a exoneração do economista Rubem Novaes, que deixou o comando do banco estatal.
Novaes pediu demissão ainda em julho. Ele era uma indicação do ministro da Economia, Paulo Guedes, e foi nomeado no início do ano passado. A princípio, o economista atribuiu sua saída a uma necessidade de renovação do banco estatal "para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário?.
No mês passado, porém, Novaes explicou melhor seu pedido de demissão em entrevista à CNN Brasil, em julho deste ano, e deu uma versão diferente. Sem citar eventos e pessoas em específico, o agora ex-presidente do Banco do Brasil disse que estava deixando o cargo por "não se adaptar à cultura de privilégios, compadrio e corrupção de Brasília?.
Já Brandão estava no HSBC há quase duas décadas e atuava atualmente como chefe do banco para as Américas. Ele foi presidente da instituição de 2012 a 2015.
O novo presidente do Banco do Brasil se reuniu na manhã da terça com Guedes no Palácio do Planalto, onde foi realizada uma "posse simbólica?.
Entrevista ao BB
Em entrevista para a agência interna de notícias do BB, André Brandão defendeu a diversidade no quadro de funcionários do banco, questão que tem sido cada vez mais debatida por grandes empresas, especialmente em cargos de liderança.
"Acredito muito na diversidade. Então, eu acho que isso é importante para a cultura do Banco ou em qualquer lugar que ele venha trabalhar. Quanto mais diversidade, melhor. A gente diz que quando você cria todo mundo igual, homem vindo do mesmo lugar, etc., cria uma uniformidade de pensamento. Quer dizer, quanto mais você tem essa diversidade, melhor é para pensar em negócios e para alavancar muitas coisas?, afirmou à agência.
Em relação a uma eventual privatização do banco, Brandão enfatizou que a decisão deve partir do acionista, mas ressaltou que o presidente Jair Bolsonaro já falou mais de uma vez que a questão não está em pauta. Segundo ele, o governo pediu um gestor para o banco, um executivo para conduzir a instituição.
"E é o que eu sou, eu sou um executivo, então, eu estou indo lá para trabalhar junto com vocês, colaboradores aí do Banco do Brasil, para gerirmos esse banco e espero poder agregar com a minha experiência, somada à experiência que vocês têm, para a gente melhorar ainda mais esse banco.?
Em termos de projetos futuros, o novo presidente destacou que a experiência do BB de atender mais clientes brasileiros no exterior precisa ser avaliada com mais detalhe, já que se coloca como uma oportunidade, dada a "vacância de parceiros estrangeiros? e a facilidade do banco para competir no segmento.
Assim como extrair maior valor da agenda ambiental que o banco já tem, com maior promoção do trabalho desenvolvido. Também foi questionado a Brandão quais serão os grandes pilares da sua gestão. Embora tenha dito que está começando a imergir nos detalhes do banco e que a estratégia "está perfeita?, o presidente afirmou que deve eleger como prioridade a experiência do cliente.
Dois outros pontos, que ainda serão discutidos internamente, também foram mencionados. O primeiro deles é o foco na execução estratégica. "Sinto que o Banco do Brasil, dada a sua grande escala, acaba querendo fazer tudo, e eu acho que a gente vai ter que, talvez, selecionar algumas áreas e focar mais?, observou.
Com informações do UOL e Banco do Brasil
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