Eleição em Fortaleza é teste para grupo de Ciro Gomes
por: Igor Tarcízio
Uma das três capitais sob o comando do PDT, Fortaleza tem uma eleição vista como "fundamental? por aliados de Ciro Gomes para pavimentar o caminho em uma eventual disputa presidencial em 2022. Contudo, se por um lado, a manutenção de um aliado na prefeitura seria uma vitória expressiva, perder a eleição no estado em que construiu a carreira política pode ria ter um impacto negativo sobre as pretensões do ex-ministro.
Em 2018, no Ceará, Ciro teve mais votos para presidente que seus adversários.
Na tentativa de manter a administração da cidade, o PDT escolheu o presidente da Assembleia Legislativa, José Sarto, como cabeça de chapa. O candidato a vice é Élcio Batista (PSB), ex-secretário da Casa Civil do governo do petista Camilo Santana. O PT, no entanto, não embarcou formalmente na aliança e lançou a deputada federal Luizianne Lins.
Força
A força do grupo político dos irmãos Gomes no Ceará atraiu PSDB, DEM, PSD, PSB, PP, PTB, PL, Cidadania e Rede, formando a segunda maior coligação de todas as capitais. A disputa, no entanto, deverá apresentar turbulências para a o PDT.
Sarto, apesar de estar no sétimo mandato como deputado estadual, é menos conhecido que alguns de seus adversários. Segundo o presidente do PDT, Carlos Lupi, a estratégia do partido será "colar? a imagem de Sarto às do prefeito Roberto Cláudio, Ciro e do senador Cid Gomes.
Oposição
Um dos principais nomes da oposição é o deputado federal Capitão Wagner (Pros), que tenta pela segunda vez conquistar o cargo no executivo municipal, após ser derrotado no segundo turno em 2016. No pleito deste ano, ele conta com o apoio do Podemos, Republicanos, PMN, PMB, PTC, DC, PSC e Avante.
Wagner é militar de carreira e ficou conhecido após liderar uma paralisação de policiais no Ceará em 2011, durante o governo de Cid Gomes. Ele foi o deputado federal mais votado no estado em 2018 e tem uma atuação no Congresso voltada para a segurança pública, mas, segundo aliados, deve diversificar a pauta na corrida pela prefeitura.
Disputa
Já no campo da esquerda, quem tentará voltar ao cargo que já ocupou duas vezes é Luizianne Lins. Há quatro anos, ela ficou em terceiro lugar na disputa. A ex-prefeita, no entanto, não conseguiu formar alianças com outros partidos e não deve contar com o apoio do governador Camilo Santana.
Apesar de serem do mesmo partido, ele também é próximo do grupo político dos irmãos Gomes. O pai do governador, Eudoro Santana, também será um dos coordenadores de campanha de Sarto em Fortaleza.
Motim em pauta
Um assunto que estará na pauta da eleição é o motim de policiais militares que acabou com o senador Cid Gomes baleado, em fevereiro, no interior do Ceará. Sarto atuou a favor da aprovação de uma proposta de emenda à Constituição do estado proibindo a concessão de anistia a militares que aderirem a motins ou paralisações.
Wagner, por sua vez, gravou vídeos apoiando as reivindicações da categoria, antes de o movimento de policiais por aumento de salário virar motim. Ele classificou como "legítima defesa? os tiros contra o senador, que avançou com uma retroescavadeira contra um grupo reunido na frente de um batalhão.
Com informações do Globo
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