Instituto Pensar - Brasileiro ganha IgNobel com pesquisa sobre beijo e desigualdade

Brasileiro ganha IgNobel com pesquisa sobre beijo e desigualdade

por: Igor Tarcízio 


Marco Antonio Corrêa Varella, 38, cursou biologia na Unesp de Jaboticabal (SP) e fez mestrado e doutorado na USR faturou o IgNobel de Economia de 2020 (Imagem: Reprodução/Facebook)

Conhecido por premiar os estudos que "primeiro fazem rir e depois levam a pensar", o IgNobel, ou Nobel da pesquisa improvável, decidiu destacar o trabalho de um cientista brasileiro que se inspira em Darwin para entender a química dos relacionamentos.

Marco Antonio Corrêa Varella, 38, cursou biologia na Unesp de Jaboticabal (SP) e fez mestrado e doutorado na USR faturou o IgNobel de Economia de 2020.

Ele e seus colegas demonstraram que, em países com maior desigualdade de renda, os casais costumam trocar mais beijos na boca entre si, enquanto os países mais igualitários têm comportamento menos romântico. A análise, feita a partir de dados de 13 países de seis continentes, saiu na revista especializada Scientific Reports.

Entendendo a mente

A psicologia evolucionista tem como objetivo entender a mente e o comportamento humanos com base em motivações que teriam sido forjadas ao longo da evolução do homo sapiens. Entender como e por que as pessoas escolhem seus parceiros é um tema central da área.

"A frequência do beijo parece ser um elemento importante para fortalecer o elo do casal em ambientes de muita desigualdade, onde você pode estar muito bem na fita ou muito mal na fita, digamos, e pode surgir a tentação de abandonar o relacionamento em favor de uma opção melhor?, explica o pesquisador.

Junto com outros colegas do exterior, Varella também ganhou neste ano o prêmio Margo Wilson, oferecido pela Sociedade do Comportamento Humano e Evolução.

No estudo, a equipe criou um índice para mapear os fatores que levam à formação de casais cujos membros normalmente se parecem entre si (a semelhança, tanto física quanto mental e cultural, é o mais comum entre casais).

Prêmios anteriores

Brasileiros já tinham ganhado edições anteriores do prêmio em 2008 e 2017, em áreas como arqueologia e zoologia. Neste ano, houve ainda o destaque negativo para o Brasil na categoria Educação Médica.

presidente Jair Bolsonaro, junto com o estadunidense Donald Trump e outros chefes de Estado que minimizaram a pandemia, foram premiados por "ensinar ao mundo que políticos podem ter mais efeito sobre a vida e a morte do que cientistas e médicos?.

IgNobel

Criado em 1991 por Marc Abrahams, editor da revista satírica Annals of Improbable Research, nos EUA, a premiação reconhece os estudos que "primeiro fazem rir e depois levam a pensar?. O nome IgNobel é uma brincadeira com O Prêmio Nobel e a palavra ignóbil

Com informações da Folha de S. Paulo



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