Instituto Pensar - Após ?Fora, Bolsonaro?, Carol Solberg critica CBV por ameaça de punição

Após ?Fora, Bolsonaro?, Carol Solberg critica CBV por ameaça de punição

por: Eduardo Pinheiro 


Carol Solberg gritou "fora, Bolsonaro? após jogo de vôlei de praia. Foto: Reprodução

Em entrevista ao SporTV após conquistar a medalha de bronze da primeira etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, em Saquarema (RJ) no último domingo (20), a jogadora de vôlei Carol Solberg gritou o que está preso na garganta de muitos brasileiros: "Fora, Bolsonaro!?. A reação ao protesto, porém, vem causando dores de cabeça a jogadora.

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) chegou a divulgar uma nota de repúdio à manifestação da atleta. No texto, a entidade diz que tomará "as medidas cabíveis para que fatos como esses, que denigrem a imagem do esporte, não voltem mais a ser praticados?.

Para a Folha de S. Paulo, Carol afirma ser lamentável que ela sofra uma ameaça de punição em consequência de exercer sua liberdade de expressão.

"Não sou ativista, mas me sinto na obrigação de me posicionar e é lamentável e curioso que eu possa ser punida por exercer a minha liberdade de expressão contra este desgoverno?, afirmou Carol.

A jogadora ainda destacou que a reação da CBV para o seu caso foi diferente do ocorrido com o Wallace, jogador da seleção masculina de vôlei. Em meio à eleição presidencial, em 2018, Wallace e Maurício Souza fizeram o número 17 com os dedos numa foto durante disputa do Campeonato Mundial, em apoio ao então candidato Jair Bolsonaro.

A foto chegou a ser publicado pela CBV em sua conta no Instagram. A entidade, porém, removeu a imagem e publicou uma nota em que dizia não compactuar com manifestação política.

"Porém, a entidade acredita na liberdade de expressão e, por isso, não se permite controlar as redes sociais pessoais dos atletas, componentes das comissões técnicas e funcionários?, afirmava a nota da confederação.

Patrocínio

A reação da entidade ao protesto da atleta passou a ser questionada nas redes sociais desde a tarde de domingo (20). Os apoiadores do presidente, porém, pedem que o Banco do Brasil, maior patrocinador da CBV, deixasse de apoiar a jogadora. Mas Carol, que usava um top com a logomarca da estatal, não conta com patrocínio.

Em entrevista ao jornal O GLOBO, a jogadora criticou o medo que outros jogadores sentem para se manifestar contra o governo.

"Um monte de gente com medo? é o fim da picada. Sei que os atletas precisam de patrocínio para viver e eu também. Mas não podemos ter medo. Essa regra que o COI também tem é absurda e deveria ter caído há tempos. Cada voz faz diferença e acredito que a gente tem de usá-la. O Pantanal queimando, 140 mil mortes por Covid, o desgoverno do jeito que está e eu que vou ser punida??, questionou.



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