Depois de Abraham, Arthur Weintraub ganha cargo na OEA
por: Nathalia Bignon
Assessor especial da Presidência da República, o irmão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, Arthur Weintraub, anunciou nesta terça-feira (15) que também está deixando o governo para assumir um cargo na Organização dos Estados Americanos (OEA). A informação foi publicada no seu perfil em uma rede social.
Ao lado de Jair Bolsonaro, que chamou de "melhor presidente?, Arthur afirmou que foi uma "honra? trabalhar para o governo e agradeceu ao presidente pela oportunidade.
"Estou triste porque vou deixar o cargo de assessor do presidente Bolsonaro. Quero dizer para ele que foi uma honra, de coração, foi uma honra ter trabalhado para o senhor, essa oportunidade que o senhor me deu?, disse.
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Bolsonaro, por sua vez, elogiou Arthur e ressaltou que os irmãos Weintraub o apoiam desde antes da eleição presidencial de 2018, um período em que "quase ninguém? acreditava nele.
"Dois anos antes das eleições, o Arthur e seu irmão acreditaram na gente. Fizemos uma viagem ao Japão, Coréia do Sul e Taiwan, também conversamos muito em um momento em que quase ninguém acreditava na gente e tivemos o sucesso da eleição?, lembrou o presidente, acrescentando que as portas do governo estão abertas para Arthur, caso ele deseje retornar.
Debandada dos Weintraub
A informação de que Arthur assumiria o cargo na OEA, que tem sede na capital norte-americana, foi comemorada pelo seu irmão no Twitter, que também trabalha na cidade, após assumir um posto no Banco Mundial. "Vou rever meu irmãozinho! Finalmente ele está chegando!?, disse.
Desde que seu irmão deixou o cargo, em junho, e saiu do Brasil, fugindo de processos, Arthur convive com especulações de que também sairá do governo.
Nos últimos meses, ele chegou a protagonizar episódios de ameaças a jornalistas e influenciadores que se posicionaram contra a indicação de Abraham Weintraub ao cargo de diretor-executivo do conselho do Banco Mundial. No fim de julho, o "homem-tocha? ? como o assessor especial era conhecido no MEC ?, anunciou no Twitter que estava recolhendo "provas? para processar aqueles que se manifestassem contra o caso.
A ideia de indicar Arthur a um cargo na OEA já circulava em Brasília e Washington, depois do secretário-geral da OEA, o uruguaio Luis Almagro, decidir não ratificar a reeleição por unanimidade do brasileiro Paulo Abrão como secretário-executivo da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Sua iniciativa foi vista como uma vitória para a aliança entre os Estados Unidos de Trump e o Brasil de Bolsonaro.
Os fatos foram lembrados por fontes da OEA, que por temor a retaliações preferiram não ser identificadas.
A perspectiva da saída do irmão mais novo de Weintraub foi comemorada entre servidores do Planalto. Alguns colegas comentam, em reservado, que ele ocupa um cargo alto demais para "não fazer nada de concreto? e que vivia "na sombra do irmão?.
Atribuem ainda sua nomeação a uma recompensa por ter atuado na campanha de Bolsonaro, para a qual foi convidado pelo atual ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni. Nos últimos tempos, contam auxiliares palacianos, Arthur tinha sido "escanteado?.
Com informações do jornal O Globo
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