Instituto Pensar - Supermercados alemães pedem que Merkel pressione Bolsonaro

Supermercados alemães pedem que Merkel pressione Bolsonaro

por: Nathalia Bignon 


(Foto: Reprodução)

Duas das maiores cadeias de supermercados da Alemanha ? as redes Edeka e Lidl ? manifestaram preocupação com o desmatamento no Brasil e pediram que a chanceler alemã, Angela Merkel, pressione o governo do presidente Jair Bolsonaro a conter a devastação ambiental.

"Tendo em vista o aumento da demanda global por soja e os desenvolvimentos na região amazônica, compartilhamos suas preocupações?, diz uma carta da Lidl enviada à eurodeputada alemã Anna Cavazzini, uma crítica ferrenha da política ambiental de Bolsonaro.

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"A rede Edeka está observando os acontecimentos no Brasil com grande preocupação?, diz a outra rede, também em carta enviada à eurodeputada.

No documento, a Edeka também afirma que pediu que produtores de soja brasileiros se comprometam a atuar para que áreas do Cerrado não sejam destruídas e convertidas em zonas de cultivo. Os responsáveis pela rede afirmaram ainda que, enquanto membro da Federação Alemã do Comércio de Alimentos (BVLH), pediu que o governo alemão pressionasse o governo Bolsonaro a agir para conter o desmatamento e dar prioridade à proteção florestal.

A rede Lidl também é membro da federação que apresentou o pedido ao governo alemão. "Na nossa visão, o desmatamento não é o único aspecto problemático, mas também o fato de que monoculturas em larga escala e uso intenso de pesticidas empobrece o solo e favorece a erosão?, disse o conglomerado.

As duas redes declararam que estão comprometidas com a adoção de "cadeias de abastecimento sem desmatamento?. A Lidl, por sua vez, afirmou que o grupo prefere soja da União Europeia (UE) e incentiva a mudança para um cultivo de soja mais sustentável no Brasil.

De acordo com o jornal alemão Taz, que publicou uma reportagem sobre o posicionamento das duas redes, a declaração dos dois conglomerados pode aumentar a pressão para que o governo alemão reavalie seu rumo em relação ao Brasil.

Boicote no Reino Unido

Em maio, as principais redes de supermercados do Reino Unido ameaçaram boicotar produtos brasileiros se o Congresso Nacional aprovasse a polêmica lei de regularização fundiária, conhecida a "MP da grilagem?, posteriormente convertida em projeto de lei.

A carta aberta tem cerca de 40 signatários, incluindo algumas das redes de supermercados mais importantes do Reino Unido, como Tesco, Sainsbury?s, Morrisons e Marks & Spencer, além da rede Burger King, do fundo público de pensões sueco AP7 e de outras empresas de gestão de investimentos.

Com informações da Deutsche Welle Brasil



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