Instituto Pensar - Assassinatos de pessoas trans cresce 70% e supera o total de 2019

Assassinatos de pessoas trans cresce 70% e supera o total de 2019

por: Eduardo Pinheiro


Foram 129 pessoas trans assassinadas até o dia 31 de agosto deste ano, o maior número registrado nesse mesmo período desde 2017. Foto: Reprodução.

Nos 8 primeiros meses de 2020, a maior parte vivida em isolamento social devido a pandemia de Covid-19, o assassinato de pessoas trans aumentou 70% no Brasil em comparação com o mesmo período de 2019. Os dados foram divulgados pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) na última segunda-feira (7).

Foram 129 pessoas trans assassinadas até o dia 31 de agosto deste ano. Esse total de vidas perdidas registrados entre janeiro e agosto deste ano representa um salto quando comparado aos 76 registrados no mesmo período de 2019. O número também é maior do que o registro no mesmo período em 2018 (113) e 2017 (118).

Realizado em parceria com o Instituto Brasileiro Trans de Educação (IBTE), o estudo indica que o perfil das vítimas segue o mesmo padrão dos boletins divulgados anteriormente: todas são mulheres trans ou travestis, de maioria negra ou parda.

Além de atentar contra a vida, esse grupo é alvo constante de agressões no meio da rua, à vista de todos. Mulheres trans e travestis também são vítimas de assédios virtuais, violência psicológica, negação de direitos, recusa de acesso ao trabalho formal, entre outras formas de agressões.

Além de tudo ainda há a violência do próprio Estado. De acordo com a ANTRA, "a maioria das travestis e transexuais não conseguiu acesso às políticas emergenciais do estado, devido a precarização histórica de suas vidas e não possuem outra opção a não ser continuar o trabalho nas ruas, se expondo ao vírus e consequentemente a violência transfóbica?.

Segundo o relatório, os cinco estados com mais mortes de pessoas trans entre 1 de janeiro e 31 de agosto de 2020 são: São Paulo, com 19 casos, Bahia e Minas Gerais, ambos com 16 casos, Ceará, com 15 casos e Rio de Janeiro, com 7 casos. Esses mesmos estados encabeçam o ranking desde 2017, quando a ANTRA iniciou o levantamento.



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