Flordelis é notificada; prazo para defesa começa a contar a partir desta quinta (10)

A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) assinou nesta quarta-feira (9) a notificação da representação por quebra de decoro parlamentar na Câmara ao ser apontada como mandante do assassinato do próprio marido, o Pastos Anderson Carmo.

Por não se apresentar na Casa, ela foi procurada pelo corregedor Paulo Bengtson (PTB-PA) e assessores jurídicos da Câmara em seu apartamento funcional, que levaram o documento. Essa havia sido a terceira tentativa da Corregedoria de encontrar Flordelis para notificá-la do processo.

Com a oficialização do processo, começa a contar a partir desta quinta-feira (10) o prazo de cinco dias úteis para que a parlamentar apresente sua defesa no caso. Além disso, o corregedor terá 45 dias para indicar que a representação é procedente ou não. Contudo, Paulo Bengtson afirmou que o processo está bem adiantado e que deve elaborar um parecer em até 15 dias.

De acordo com Bengtson, o advogado de Flordelis também estava no apartamento da deputada no momento em que ela foi notificada. Ele relatou que o grupo teve uma longa conversa em que a parlamentar comentou sobre seus argumentos para se defender no processo.

Flordelis foi alvo de uma representação do deputado Léo Motta (PLS-MG) depois que veio à tona a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro que a liga diretamente ao crime. De acordo com o MP-RJ, ela também teria convencido os filhos e a neta a participarem do crime.

Ao contrário dos filhos suspeitos de participar da morte do pastor, Flordelis não foi presa por dispor de foro privilegiado. No entanto, se for instaurado pelo Conselho de Ética, o processo disciplinar na Câmara poderá levar à cassação do mandato.

O colegiado teve os trabalhos suspensos durante a pandemia do novo coronavírus, mas podem ser retomados. Os deputados votam na próxima semana um projeto de resolução para restabelecer as atividades do Conselho de Ética de maneira remota.

"Isso também vai acelerar o processo, agora que começa de fato a correr?, disse Paulo Bengtson.

O parecer do corregedor é encaminhado à Mesa Diretora, que o remete ao Conselho. Este, por sua vez, produz um relatório que indica a punição que deve ser adotada no caso. Se for pela perda do cargo, o plenário da Câmara ainda precisa referendar a decisão.

Flordelis exonera o filho

Em um novo capítulo do caso, nesta quarta, Flordelis também exonerou um dos seus filhos afetivos que seguia lotado em seu gabinete na Câmara. Por decisão judicial, Gerson da Conceição de Oliveira não pode ter contato com a mãe em razão da investigação.

Mesmo assim, de acordo com informações do portal da Câmara, Gerson teve salário líquido de R$ 11.837,92 mais R$ 1.808,20 em auxílios pagos normalmente no mês de agosto. Ele trabalhava no gabinete desde 2019.

Apesar do foro privilegiado, a parlamentar tem que cumprir uma série de medidas cautelares impostas pela Justiça, incluindo a proibição de "manter contato com qualquer testemunha ou corréus, inclusive junto à prisão, bem como com Márcio da Costa Paulo (Márcio Buba), Gérson Conceição de Oliveira (Pastor Gérson), Gilcinéa Teixeira do Nascimento (Neinha) e Lorrane dos Santos Oliveira?.

Com informações do jornal O Globo