Instituto Pensar - No 7 de setembro, políticos rejeitam servilismo de Bolsonaro: ?Traidor da Pátria!?

No 7 de setembro, políticos rejeitam servilismo de Bolsonaro: ?Traidor da Pátria!?

por: Nathalia Bignon 


(Foto: Ueslei Marcelino ? 3.mai.20/Reuters)

Políticos e autoridades de diferentes partidos usaram a comemoração do 198º aniversário da Independência do Brasil nesta segunda-feira (7) para cobrar patriotismo e menos servilismo de Jair Bolsonaro (sem partido).

Driblando o cancelamento do tradicional desfile de 7 de setembro ? vetado este ano em razão da pandemia do coronavírus ? o governo aproveitou a estrutura criada para o evento para receber visitantes e apoiadores, que se aglomeraram para acompanhar a chegada do presidente, enquanto empunhavam bandeiras de Brasil, dos Estados Unidos e de Israel. Assim como o presidente, que estava cercado de crianças, nem todos usavam máscara de proteção.

Desde o início de seu governo, Bolsonaro tem protagonizado defesas apaixonadas da política norte-americana ? incluindo um "I love you? ("Eu te amo?) dito frente a frente ao presidente Donald Trump ? , mesmo que sem reciprocidade. À bajulação do presidente brasileiro, por exemplo, Trump respondeu com cortes de cotas de importação do aço brasileiro.

"Nosso próprio caminho?

Líder do PSB na Câmara, o deputado federal Alessandro Molon (RJ) resumiu os desejos dos brasileiros.

"Neste 7 de setembro de 2020, em que celebramos a independência do Brasil como nação livre e soberana, é preciso reafirmar que queremos construir nosso próprio caminho, sem subserviência. Um país que se dê ao respeito no plano internacional e que garanta os direitos do seu povo ? tudo o que não temos hoje?, disse.

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Direto, o companheiro de partido, deputado Elias Vaz (PSB-GO) lamentou o comportamento servil do atual governo. "Infelizmente, na data de hoje não temos o que comemorar diante de um governo submisso aos interesses de Trump. O Brasil não pode mais ficar nas mãos de quem quer entregá-lo aos estrangeiros!?, afirmou.

"Anexo dos EUA?

Flávio Dino, governador do Maranhão, aproveitou a deixa para cutucar o mandatário. "Trump já foi visitar a embaixada do Brasil hoje, para homenagear a nossa Independência? Lembremos que Bolsonaro fez isso na data magna dos Estados Unidos. Não há reciprocidade? Ou é mera subserviência mesmo??, questionou, irônico, em referência à participação do presidente brasileiro na comemoração da independência americana, no dia 4 de julho. 

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Vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA) disse que o Brasil é uma "Pátria ultrajada? por seu presidente. "Jair Bolsonaro, se pudesse, anexava o Brasil aos EUA. Um 7 de setembro com a Pátria ultrajada pelo presidente da República. No dia da nossa Independência, vamos todos defender a soberania de nossa Pátria tão humilhada por esse presidente que bate continência para interesses estrangeiros, sobretudo dos EUA?, apontou.

Patriotismo de Bolsonaro

Líder da minoria na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE) recordou os direitos constitucionais para alertar sobre o falso patriotismo de Bolsonaro.

"Não adianta nada levantar a bandeira do Brasil no dia da independência e depois entregar o Pré-Sal para os EUA e estrangeiros. Patriota de verdade defende os direitos constitucionais e nosso patrimônio. Assim como não adianta dizer que é patriota e depois querer vender nossas empresas estratégicas como a Petrobras, Casa da Moeda, Eletrobras, DataPrev, entre outras! Não é um símbolo que vai garantir seu amor pelo país e sim suas atitudes enquanto cidadão brasileiro?, declarou.

Deputado Jorge Solla (PT-BA) também não poupou na crítica. "Seremos uma nação independente, de fato, ou um puxadinho dos EUA? Ou um poder submetido a outro poder, o da milícia da família Bolsonaro??.

?Traidor da Pátria?

Vice-presidente Nacional do PDT, Ciro Gomes lamentou a ausência de conquistas na data mais simbólica da história do país como nação. "7 de Setembro é dia da independência do Brasil e independência é algo que precisamos construir todo dia. Hoje não temos nada a comemorar, nosso país é vergonhosamente subordinado a interesses estrangeiros. Tudo patrocinado pelo governo entreguista de Bolsonaro. Traidor da Pátria!?.

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Ataques à soberania e à saúde pública

Marcelo Freixo (PSOL-RJ) usou as redes sociais para enfatizar a gravidade da crise sanitária, que Jair Bolsonaro insiste em minimizar. "Bolsonaro, um país independente não ignora uma pandemia que já matou mais de 126 mil pessoas. Um país independente não atenta contra a Saúde pública. Criminoso!?.

A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) aproveitou a data para recordar heróis brasileiros marginalizados da história. "Que país pode ser independente com um governo autoritário que nos faz a cada dia mais dependentes economicamente, ataca soberania nacional e aprofunda desigualdade social, genocídio da negritude e indígena? No dia 7 de setembro, é preciso contar a história que a história não conta?, afirmou.



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