Instituto Pensar - Em mensagem a Moro, Bolsonaro citou ?dignidade de se demitir?

Em mensagem a Moro, Bolsonaro citou ?dignidade de se demitir?

por: Igor Tarcízio 


O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e o presidente da República, Jair Bolsonaro (Imagem: Reprodução/Agência Brasil)

presidente Jair Bolsonaro enviou uma mensagem ao então ministro da Justiça Sérgio Moro, em 12 de abril deste ano, afirmando que ele tivesse a "dignidade para se demitir? caso desejasse contrariar suas posições. A conversa foi obtida pela Polícia Federal no celular do ex-ministro, entregue para auxiliar? no inquérito que apura interferências indevidas do presidente na PF. O diálogo ocorreu 12 dias antes de Moro pedir demissão.

O recado de Bolsonaro se referia a reportagem do jornal Valor mostrando que, ao contrário da Advocacia-Geral da União (AGU), Moro entendia que a polícia poderia prender pessoas que descumpris-sem o isolamento no combate ao coronavírus.

"Se esta matéria for verdadeira: Todos os ministros, caso queira contrariar o PR, pode fazê-lo, mas tenha dignidade para se demitir?, escreveu Bolsonaro ao seu então ministro da Justiça.

Resposta

Em resposta, o ex-juiz afirmou que não conversou com a imprensa a respeito do assunto, mas disse que a legislação permitia que a prisão ocorresse. "O que existe eh o art 268 do CP. Não falei com imprensa?, respondeu Moro.

A matéria do Valor citada pelo presidente não se referia a declarações de Moro à imprensa, mas a uma participação do então ministro em uma videoconferência, na qual ele abordou o tema da punição a quem descumprisse medidas de isolamento social.

Em março, Moro havia editado uma portaria com o então ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta que autorizava o uso da polícia contra quem descumprisse as regras de isolamento no combate ao coronavírus.

Diálogos

Em outro diálogo obtido pela Polícia Federal no celular do ex-ministro, Moro conversa com a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) e defende a permanência do então diretor-geral da PF Maurício Valeixo. Ela cita que Valeixo foi responsável por manter preso o ex-presidente Lula quando houve uma decisão liminar por sua soltura proferida por um desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, durante o plantão judiciário.

Com informações do O Globo



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