Brasil entra em recessão após queda histórica de 9,7% do PIB
por: Igor Tarcízio
Segundo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (1), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve um tombo histórico de 9,7% no 2º trimestre, na comparação com os 3 primeiros meses do ano, devido ao impacto da crise do coronavírus. Com o resultado, a economia brasileira entra oficialmente em recessão técnica, caracterizada por dois trimestres consecutivos de encolhimento do nível de atividade.
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Trata-se da queda mais intensa desde que o IBGE iniciou os cálculos do PIB trimestral, em 1996. Até então, o maior tombo já registrado no país tinha ocorrido no 4º trimestre de 2008 (-3,9%).
Em relação ao 2º trimestre de 2019, a queda foi ainda maior, de 11,4%.
Quedas intensas
"Ambas as taxas foram as quedas mais intensas da série, iniciada em 1996. No acumulado dos quatro trimestres terminados em junho, houve queda de 2,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores, informou o IBGE no comunicado oficial.
O IBGE também revisou o resultado do 1º trimestre para uma queda de 2,5%, ante leitura anterior de recuo de 1,5%. No acumulado no 1º semestre, o PIB caiu 5,9% em relação a igual período de 2019.
Nova recessão
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Em valores correntes, o PIB do no segundo trimestre totalizou R$ 1,653 trilhão.
O resultado do 2º trimestre veio dentro do esperado pelo mercado e pelo governo. Levantamento do G1 mostrou que, de 12 consultorias e instituições financeiras consultadas, 10 projetavam um tombo de entre 8% e 10%.
A nova recessão é diferente das anteriores não só pela intensidade como também por ter sido detonada por uma crise sanitária global, que exigiu medidas de isolamento social para a contenção da pandemia de Covid-19. Embora seja uma crise mundial, aqui ela chega com o agravante de ter afundado a economia antes mesmo do Brasil ter se recuperado das perdas da última recessão, de 2014-2016.
Setores que mais sofreram
Entre os segmentos, a maior queda foi na indústria (-12,3%), seguida por serviços (-9,7%). A agropecuária teve alta de 0,4%. "Somados, indústria e serviços representam 95% do PIB nacional?, destacou o IBGE.
A retração dos serviços e da indústria foi a maior já registrada em toda a série histórica do PIB, iniciada em 1996.
O tombo de 12,5% no consumo das famílias ? principal motor do PIB há anos ? também foi recorde.
Os investimentos tombaram 15,4% ante os 3 primeiros meses do ano. Com o resultado, a taxa de investimento em percentual do PIB encolheu para 15%, abaixo da observada no mesmo período de 2019 (15,3%). Em 2013, chegou a superar 21%.
Em meio ao aumento do desemprego e incertezas sobre o futuro, a taxa de poupança por sua vez subiu para 15,5%, contra 13,7% no mesmo período de 2019.
Após despencar 3,5% em 2015 e 3,3% em 2016, o PIB brasileiro registrou taxa de crescimento de 1,3% em 2017 e em 2018, desacelerando para um ritmo de 1,1% em 2019. Se no começo do ano, a economia já mostrava perda de fôlego, agora, com o choque provocado pela pandemia, a retomada deverá demorar ainda mais para ser alcançada.
Com informações do G1
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