Consumo das famílias brasileiras cai 12,5%, diz IBGE
por: Eduardo Pinheiro
De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nessa terça-feira (1), o consumo das famílias brasileiras caiu 12,5% no segundo trimestre de 2020 em relação aos três meses anteriores.
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Dado causa preocupação, visto que o consumo das famílias é o principal componente do PIB sob a ótica da demanda (quase 70% do cálculo do indicador) e vinha sustentando a lenta retomada nos últimos anos, enquanto investimentos e mercado externo oscilavam.
Segundo pesquisa, o consumo teve contração de 13,5% em relação ao mesmo período de 2019. "O índice pode ser explicado pelo isolamento social, proibição de funcionamento de algumas atividades, especialmente de serviços prestados às famílias, além da queda da massa de salarial?, diz o IBGE.
Os números do PIB mostram que os investimentos públicos e privados na economia recuaram 15,4%. A chamada Formação Bruta de Capital Fixo recuou 15,2% em relação ao mesmo período de 2019.
Em relação ao consumo do governo também há queda, estudo aponta que caiu 8,8% em relação ao primeiro trimestre. Resultado é influenciado por fatores como números de matrículas nas escolas públicas, internações no Sistema Único de Saúde e salários do funcionalismo.
Outros dois componentes da demanda são exportações e importações. Estas caíram 13,2%, e as vendas de bens e serviços para o exterior subiram 1,8%.
Impacto nas indústrias
Com a paralisação quase total da indústria automobilística e cortes na produção, a indústria foi o setor que mais sofreu impacto pela pandemia e recuou 12,3% no segundo trimestre.
A indústria da transformação, a que tem mais peso no setor, teve o maior recuo (-17,5%), com forte impacto da produção de bens duráveis e de máquinas e equipamentos. Porém, os cortes na produção de automóveis e na indústria têxtil estão logo atrás. Por serem segmentos com maior dependência do consumo das famílias, o recuou foi de 12,5% no trimestre.
A indústria da construção fechou o trimestre em queda de 5,7%, puxada principalmente pela falta de investimentos em infraestrutura. A produção de energia, água e esgoto caiu 5,5% e a indústria extrativa, 1,1%.
Apenas a agropecuária manteve o ritmo do primeiro trimestre, quando cresceu 0,6%, e fechou em alta de 0,4%.
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