Esquema criminoso de proteção a Crivella repercute: ?fracasso exposto?
por: Nathalia Bignon
Nesta terça (1º), congressistas repudiaram a postura do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), acusado de apoiar um suposto esquema para impedir o trabalho da imprensa na cobertura do atendimento feito pelo sistema de Saúde da cidade. Ontem, uma reportagem do do telejornal RJ2, da TV Globo, denunciou a atuação de um grupo servidores públicos que permanecia à espreita em portas de hospitais, impedindo críticas à gestão municipal.
De acordo com a emissora, os funcionários se organizavam por meio de um grupo no WhatsApp ? chamado de "Guardiões do Crivella? ?, estabelecendo plantões para impedir a comunicação entre jornalistas e pacientes das unidades. Um dos participantes informou à TV Globo que o próprio prefeito fazia parte do grupo e parabenizava a ação dos servidores.
Nesta terça, a Polícia Civil cumpriu nove mandados de busca e apreensão contra integrantes da facção. Eles podem responder por associação criminosa, atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública e advocacia administrativa ? quando um servidor público usa a administração pública para o interesse privado.
"Fracasso de Crivella?
Líder do PSB na Câmara, o deputado federal Alessandro Molon (RJ) afirmou que a ação orquestrada por Crivella demonstram sua "incompetência? para deter a crise sanitária. "Em vez de usar o dinheiro público para esconder a própria incompetência e atacar a imprensa, Crivella deveria investir de verdade na Saúde. Mais uma vez, o fracasso da sua gestão é exposto. E quem paga a conta é a população da qual ele prometeu cuidar?.
?Inaceitável?
Para a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a atuação do grupo se equipara a de milícias que agem no estado. "Crivella botou funcionários de cargos comissionados para ameaçar jornalistas e pacientes insatisfeitos na frente de unidades de saúde da cidade. É uma Milícia do gabinete do prefeito cerceando liberdade de expressão à luz do dia. Inaceitável?, definiu.
Já Marcelo Freixo (PSOL-RJ) viu semelhanças entre o prefeito carioca e o presidente. "Crivella se comporta igual Bolsonaro. O mesmo desprezo pela vida, mesma forma de organização e perseguição a quem critica sua gestão. O Rio de Janeiro não merece isso.?
Colega de partido, David Miranda (PSOL-RJ) anunciou o pedido de impeachment protocolado pela sigla. "O PSOL vai entrar com pedido de impeachment de Crivella! É um absurdo a prefeitura usar dinheiro público para financiar capangas que agridem e intimidam jornalistas e o povo carioca, calando denúncias do sucateamento dos hospitais no Rio?.
R$ 10 mil para aliados
Ex-governadora do Rio, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) criticou duramente o descaso com a população. "Esse escândalo sobre os Guardiões do Crivella mostra que o foco dele nunca foi fazer o melhor para o Rio de Janeiro. Enquanto as famílias recebem R$ 54,25 por mês para se alimentarem, a Prefeitura paga até R$ 10 mil para atrapalhar o trabalho de denúncia das mazelas?.
O deputado Pedro Paulo (DEM-RJ) afirmou que vai entrar com ação popular para apuração dos gastos com os servidores, além de apresentar os indícios de irregularidades nos âmbitos administrativo e criminal ao MP.
"O prefeito está usando dinheiro público, pagando salários e contratando militantes e cabos eleitorais para constranger os cidadãos e impedir o trabalho dos jornalistas. Além de ser uma atitude antidemocrática, é uma tentativa de escamotear a realidade. Um exemplo de truculência, em vez dar explicações e melhorar os serviços. Isso é gravíssimo?, disse o parlamentar.
CPI e Ministério Público
Nesta terça, o Ministério Público do Rio anunciou que abriu investigação contra Marcelo Crivella. Além da Promotoria, vereadores e deputados estaduais também anunciaram que vão pedir a abertura de um processo de impeachment e de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar os fatos.
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