Terceiro mandato de Maia encontra resistência na Câmara
por: José Jance Marques
Segundo o jornal Valor Econômico, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é visto como favorito para comandar a Casa em 2021 caso o Supremo Tribunal Federal (STF) permita sua reeleição ? o que a maioria dos deputados considera improvável, já que há vedação explícita na Constituição, mas já foi avisado de que enfrentará resistências mesmo se ele for autorizado.
Dentro da oposição, uma das principais bases de apoio de Maia e que conta com 130 votos, há dois grupos: os defensores de um apoio a ele ou alguém apoiado por ele já no primeiro turno, para "manter a independência? do Legislativo; e os que pregam o lançamento de candidatura própria na sucessão para marcar território para a eleição nacional de 2022.
Um petista influente afirma que a maioria da bancada do PT é favorável à aliança, mas que a presidente do partido, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), é contra. O Psol também pretende, novamente, lançar candidato próprio ? Marcelo Freixo (RJ) teve 50 votos ano passado, apesar de a sigla ter só dez deputados. Alessandro Molon (RJ), atual líder do PSB, também é outro que se movimenta para aglutinar a oposição em torno de seu nome na sucessão de Maia.
Maia já teria sido alertado sobre erros durante a atual gestão que poderiam fazer com que perdesse o apoio dos opositores, caso decida disputar a eleição. Além da recente aproximação com o presidente Jair Bolsonaro, a pauta econômica liberal e recentes declarações de que nenhum dos pedidos de impeachment é forte o suficiente para avançar têm irritado deputados da esquerda.
O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) afirmou que Maia é o favorito se puder concorrer, mas que o apoio não seria automático e que há os defensores de uma candidatura única da oposição ao governo.
"São dois anos de preparação para a eleição presidencial e a agenda econômica do Rodrigo vai na contramão do que achamos necessário?, disse.
Mas ressaltou que a tática eleitoral não está definida e será debatida nos próximos meses.
Sucessão de Maia
Por outro lado, Maia tem aliados fiéis na oposição e espera-se que o PDT seja um dos primeiros a embarcar na aliança. O DEM se aproximou da sigla ao negociar apoio à candidatura presidencial de Ciro Gomes (PDT) para 2018 e a relação estreitou na eleição municipal deste ano. O atual presidente da Câmara também deu espaço de atuação para a oposição e barrou parte da agenda do presidente Jair Bolsonaro.
Ele também ouviu de PP e Republicanos, que apoiaram sua última candidatura, que não desistirão de concorrer mesmo que o STF autorize a reeleição. Eles afirmam que parte dos deputados resistirá a uma "eternização? no poder ? Maia iria para o quarto mandato consecutivo na presidência ? e que ele não contaria com votos em seus partidos para evitar uma sucessão.
O PP deve lançar como candidato o deputado Arthur Lira (AL), líder da bancada da Câmara e articulador informal do governo Bolsonaro, e o Republicanos concorrerá com Marcos Pereira (SP), presidente do partido e vice-presidente da Câmara. Ao lado de Maia, ficariam Solidariedade, MDB, DEM, Cidadania e PSDB, projetam seus adversários.
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