Instituto Pensar - Marco Aurélio ameniza críticas de Barroso a Bolsonaro: ?É preciso deixar o presidente trabalhar?

Marco Aurélio ameniza críticas de Barroso a Bolsonaro: ?É preciso deixar o presidente trabalhar?

por: Nathalia Bignon


Na contramão de Barroso, que disse que o Brasil tem "um presidente que defende a ditadura e a tortura?, Mello saiu em defesa de Bolsonaro. (Foto: Fellipe Sampaio / STF)

Depois do ministro Luís Roberto Barroso afirmar, na terça-feira, que o Brasil tem "um presidente que defende a ditadura e a tortura?, nesta quinta-feira (27) foi a vez do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, sair em defesa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o representante da Corte afirmou que "é preciso deixar o presidente trabalhar?.

"O presidente foi eleito com 57 milhões de votos. É o presidente de todos os brasileiros. O passado dele, o que ele disse na tribuna da Câmara, não se confunde com a atuação como chefe do Executivo. A meu ver, ele vem atuando como se deve atuar, deixando inclusive os ministros auxiliares trabalharem. Temos que aguardar e ver com bons olhos a direção do país.?, disse, referindo-se ao passado do mandatário e às defesas polêmicas de Bolsonaro quando ainda atuava no Legislativo.

Em fala do jornalista José Luiz Datena, Marco Aurélio alegou que a abertura de um eventual processo de impeachment contra o presidente "não seria bom para o país?.

"Isso não é o melhor para o Brasil. Toda vez que se tira do cargo um presidente da República a repercussão internacional é a pior possível. Temos que administrar; havendo algum desvio, apurar e punir quem deva ser punido. Mas é preciso deixar o presidente trabalhar?, afirmou.

O representante da Corte amenizou os ataques do governo ao Supremo e quaisquer resquícios de mágoa sobre recentes denúncias de Bolsonaro teria pensado em fechar o STF e destituir seus mininistros. "Não há espaço para retrocessos. O contato [entre Bolsonaro e o STF] tem sido melhor. Estamos para trocar a presidência do STF, o ministro Dias Toffoli será substituído pelo ministro Luiz Fux, que tem uma forma própria de se relacionar com os demais Poderes, um pouco mais cerimoniosa. E a cerimônia nessa interação é positiva. Ela implica respeito?.

"Dossiê antifascista?

Em julgamento na semana passada, o STF decidiu barrar a produção pelo Ministério da Justiça de um dossiê sobre servidores identificados com o "movimento antifascista?. Nove dos dez ministros participantes da sessão votaram pela suspensão da utilização do relatório. Marco Aurélio foi voto vencido.

"Fui o soldado que marchou contra a tropa. Eu não admitia a liminar e via esses dossiês como simplesmente contendo informações. Todo governo tem seu setor de inteligência. Precisa de informações para atuar e bem atuar. Agora, se houvesse algum ato de perseguição a partir de um dossiê, aí sim caberia recorrer ao Judiciário. Não é o que se tem pelo menos até aqui. Por isso votei contra dizendo que não cabia ?ensinar o pai nosso a seu vigário?. Não cabia o Supremo atuar como tutor do Ministério da Justiça (?). Informações são necessárias. Isso é inteligência. Simplesmente inteligência.?

Com informações do Blog do Datena



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