Wassef pagou advogado que defendeu Bolsonaro
O advogado Frederick Wassef fez pagamentos que totalizaram R$ 276 mil a um advogado que defendeu o presidente Jair Bolsonaro em duas ações penais no Supremo Tribunal Federal (STF) por apologia ao estupro e injúria, movidas com base em declarações feitas por ele contra a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). Os dados constam do relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre as movimentações suspeitas de Wassef, enviado para órgãos de investigação.
Segundo documentos dos processos, Arnaldo Faivro Busato Filho entrou na defesa de Bolsonaro perante o STF em junho de 2017. O relatório do Coaf registra esse repasse no intervalo entre 2015 e 2020, mas não especifica quando ocorreram os pagamentos.
Procurado, Busato afirmou que não cobrou honorários para defender Bolsonaro e disse que os pagamentos recebidos de Wassef eram referentes a um inquérito no qual eles atuavam em parceria, em tramitação no Maranhão.
Os repasses de RS 276 mil destinados a Busato saíram da conta do escritório de Wassef & Sonnenburg Sociedade de Advogados. Além disso, houve uma transferência de R$ 15 mil da conta pessoal de Wassef para Busato no mesmo período de cinco anos. Segundo Busato, Wassef lhe repassou parcelas referentes aos seus honorários, sem relação com a atuação para Bolsonaro no STF.
Ações suspensas
As duas ações penais foram movidas depois que o deputado disse na Câmara e numa entrevista que Maria do Rosário não merecia ser estuprada "por ser muito feia". Caso condenado, ele poderia ter sido impedido de disputar as eleições.
As ações não foram julgadas ainda e, em fevereiro do ano passado, foram suspensas pelo STF após Bolsonaro assumir o cargo de presidente, que tem imunidade em relação a crimes anteriores ao mandato.
O Palácio do Planalto não quis comentar o caso. O jornal O Globo entrevistou Wassef sobre reportagem publicada ontem que mostra pagamentos do advogado ao médico que atendeu Fabrício Queiroz num hospital em São Paulo. Além disso, revela depósitos em sua conta feitos por Bruna Boner, sócia da Globalweb, empresa que tem contratos com o governo. A reportagem não conseguiu novo contato com Wassef para falar dos pagamentos a Busato.
Próximo da família Bolsonaro ao menos desde 2014, Wassef entrou na mira do Coaf após a Operação Anjo do Ministério Público do Rio, que prendeu Queiroz em uma casa pertencente ao advogado em Atibaia (SP).
Wassef defendia o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na investigação do esquema de "rachadinha? e também se apresentava como advogado de Jair Bolsonaro.
Com informações do jornal O Globo
0 Comentário:
Nome: | Em: | |
Mensagem: |