Queimadas na Amazônia afetam saúde de 4 milhões de brasileiros
por: Eduardo Pinheiro
Além dos danos à fauna e a floresta, o crescente desmatamento e incêndios na Amazônia está comprometendo a saúde de milhões de brasileiros que vivem na região. É o que comprova o relatório nomeado "O ar é insuportável: os impactos das queimadas associadas ao desmatamento da Amazônia brasileira na saúde?, produzido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Instituto de Estudos para Políticas de Saúde e o Human Rights Watch (HRW).
Em setembro de 2019, segundo a pesquisa, 4,5 milhões de habitantes em 168 cidades amazônicas foram expostas a níveis de poluição atmosférica acima do limite recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A crescente exposição a fumaça e cinzas produzidas pelas queimadas pode causar problemas como irritação nos olhos, inflamação pulmonar, bronquite, asma e insuficiência cardíaca. O levantamento estimou que 2.195 internações hospitalares por doenças respiratórias em 2019 são atribuíveis as queimadas.
Os principais atingidos são bebês e idosos. Entre os internados, quase 500 envolvem crianças de menos de um ano de idade, e mais de mil são relacionadas a idosos de 60 anos ou mais.
Pesquisadora do HRW, Luciana Téllez-Chávez ressalta que as queimadas são resultados da derrubada de árvores, em geral para agricultura, pastagem ou especulação de terras.
"O Brasil tem políticas públicas contra o desmatamento e instituições eficientes para coibir esta prática, como o Ibama e o ICMBio, mas elas estão sendo sabotadas pelo governo de Jair Bolsonaro, que deu sinal verde para os criminosos-alerta.?, afirma.
Internações de indígenas
Pesquisa divulgada nesta terça-feira (15) pelo Instituto Socioambiental (ISA) reforçou o impacto das queimadas na saúde. De acordo com o levantamento, os incêndios foram responsáveis por aumento de 25% das internações por problemas respiratórios em indígenas da região na última década.
Com as unidades de saúde já sobrecarregadas com o atendimento a pacientes de Covid-19 e o desmonte da fiscalização ambiental pelo governo Bolsonaro, a situação pode ser ainda pior neste ano. Há estudos que indicam que a exposição à fumaça pode agravar os sintomas do vírus, resultando em mais casos graves e mortes.
Com informações do jornal O GLOBO
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