Desencontro entre autoridades tornou máscaras menos eficazes
por: Eduardo Pinheiro
Grupo de pesquisadores da Rede de Pesquisa Solidária, ligada à Universidade de São Paulo (USP), afirmam que a falta de coordenação entre as autoridades e de informação sobre o uso correto das máscaras contribuem para a manutenção de níveis elevados de risco de contágio na maioria dos estados.
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Levantamento feito pelos pesquisadores mostram impacto na eficácia do uso da máscara devido a demora dos governadores em determinar o seu uso obrigatório. Apenas 13 estados determinaram o uso obrigatório de máscaras em abril. Outros 11, entre eles São Paulo, tomaram a medida em maio. Três, incluindo o Rio de Janeiro, só o fizeram em junho, três meses após o início da pandemia.
O Congresso aprovou em maio lei para tornar a proteção obrigatória, mas o presidente Jair Bolsonaro vetou dezenas de dispositivos ao sancioná-la em julho. O Legislativo só derrubou os vetos na semana passada.
No entanto, na avaliação do grupo, a orientação nunca foi transmitida de forma clara, mesmo após os decretos.
"A orientação para usar máscaras nunca foi transmitida para a população com a clareza necessária, e basta ver como as autoridades se confundem ao usá-las em público sem respeitar regras básicas para fazer isso com segurança, diz a cientista política Lorena Barberia, uma das coordenadoras do grupo.
A pesquisa também comparou o grau de rigidez das políticas dos estados na quarentena, os resultados provam que o rigor era maior quando as máscaras não eram obrigatórias.
As máscaras são recomendadas pelos especialistas desde o início da pandemia. Combinada com distanciamento social, a máscara se torna eficaz para conter o ritmo de contágio. Isso porque diminui a disseminação de gotículas de saliva no ar, principal meio de propagação do vírus responsável pela Covid-19.
Com informações da Folha de S. Paulo
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