Damares é citada por religiosos que tentaram impedir abordo legal
por: Eduardo Pinheiro
Reportagem exibida neste domingo (23) no Fantástico divulgou áudios que revelam ligação entre a ministra Damares Alves e os fanáticos religiosos que tentaram impedir o aborto da criança de 10 anos. A menina estava sendo abusada pelo tio há 4 anos e interrompeu, legalmente, a gravidez em hospital no Recife (PE) no dia 16 de agosto.
Um grupo de extremistas religiosos foram até a casa da família, na cidade de São Mateus (ES), para tentar impedir que o aborto ocorresse. Antes da invasão, um homem coage a avó da criança por telefone.
"A gente está tentando evitar que isso aconteça, a gente está tentando salvar o bisneto da senhora [se referindo ao feto]. Eu tenho aqui juízes que são cristãos, que são do bem. Que estão do nosso lado. Eu tenho um corpo inteiro de médicos em São Paulo, Brasília, diz a voz masculina. "Inclusive, eu conversei ontem com uma assessora da ministra Damares.
Segundo a reportagem, dois dos indivíduos que invadiram a casa a avó da criança foram identificados. Ronaldo José de Souza e Cristina de Souza, ambos do grupo católico Renovação Carismática.
Vazamento de dados
O nome completo e endereço do hospital no Recife onde a criança realizaria o procedimento de aborto, autorizado pela Justiça capixaba, foram publicados ilegalmente pela militante de extrema-direita Sara Giromini.
A extremista ainda incitou manifestantes a protestarem em frente ao hospital, o levou a criança chegar no local no porta malas do carro para ser atendida. O médico que realizou o procedimento também foi ofendido verbalmente pelos extremistas.
Na última quarta-feira (19), o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) anunciou hoje que o partido protocolou um pedido para que a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, preste esclarecimentos na Câmara sobre o vazamento de dados.
Desde que publicou os dados da menina, Sara já teve seu perfil no YouTube derrubado pela plataforma, foi alvo de uma notícia-crime protocolada por deputados estaduais do DF e de um pedido de investigação no Ministério Público Federal (MPF).
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