O líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ), fará um complemento ao pedido de impeachment de Jair Bolsonaro (sem partido) que o partido protocolou no Parlamento após o ataque a um novo ataque a um jornalista.
Molon anunciou que acrescentará um trecho que afirma que o presidente cometeu dois crimes de responsabilidade: contra o exercício de direitos individuais (art. 85, III, da Constituição Federal) e falta de probidade na administração (art. 85, V CF).
"Além de expor seu desprezo pela imprensa livre, Bolsonaro cometeu dois crimes de responsabilidade. Sem liberdade de imprensa não há democracia. É inaceitável que tenhamos um presidente que tenta calar os jornalistas sempre que eles perguntam por que Queiroz depositou dinheiro na conta da primeira dama, afirmou o parlamentar.
Bolsonaro e pedidos de impeachment
Ao todo, mais de 50 pedidos já foram apresentados contra o mandatário. No último dia 3 de agosto, no entanto, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que não encontrou embasamento legal nos documentos enviados ao Congresso contra o presidente.
"Destes que estão colocados, eu não vejo nenhum tipo de crime atribuído ao presidente, de forma nenhuma, disse em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Ameaça à imprensa
Durante visita à Catedral de Brasília neste domingo (23), Bolsonaro foi perguntado por um repórter do jornal O Globo sobre o motivo dos depósitos feitos à primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Em resposta, o mandatário afirmou: "A vontade que eu tenho é de encher sua boca de porrada.
Após a ameaça, jornalistas perguntaram se a afirmação do presidente era direcionada para toda imprensa ou apenas para a repórter que fez a pergunta. "Isso é uma ameaça presidente?. Ele, no entanto, não respondeu.
O episódio gerou uma onda de questionamentos ao presidente. Parlamentares e personalidades retrucaram o mandatário com a pergunta "Presidente Jair Bolsonaro, por que sua esposa Michelle recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?.
A informação sobre os depósitos feitos por Queiroz foi revelada pela revista Crusoé no último dia 7 de agosto. De acordo com a reportagem, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), primogênito entre os filhos do presidente, fez depósitos que totalizam R$ 89 mil entre 2011 e 2016 na conta da primeira-dama.