Deputada Flordelis é denunciada como mandante da morte do marido
por: Nathalia Bignon
A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) foi denunciada pelo Ministério Público como mentora do assassinato de seu marido, o pastor Anderson Carmo, morto em junho do ano passado, em sua casa, em Niterói-RJ. Uma operação está sendo cumprida nesta segunda-feira (24) para prender envolvidos no crime. Ao todo, são nove os mandados de prisão. Por ter foro privilegiado, a deputada não pode ser presa.
As investigações sobre a morte concluíram a deputada federal foi a mandante do assassinato, segundo a Polícia Civil. Ela foi denunciada à Justiça por cinco crimes. O Ministério Público Estadual do Rio prendeu sete envolvidos no assassinato. Cinco filhos do casal e uma neta foram presos. A ação desta segunda foi chamada de Operação Lucas 12. Flordelis chorou na chegada da polícia à sua casa, Niterói, na Região Metropolitana.
"Ela foi surpreendida com a nossa chegada. Chorou um pouco. Tem muita gente dentro da casa. O importante é que as prisões foram cumpridas e a investigação chegou ao fim hoje, disse o delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, chefe do Departamento de Homicídios.
Sobre a imunidade parlamentar que impede a deputada de ser presa, Antônio Ricardo disse que encaminhou o caso para instâncias superiores, o Superior Tribunal de Justiça (STJ). "O parlamentar tem a sua imunidade. Ele só pode ser preso em flagrante, por crime inafiançável. Então, ela responderá pelo crime, como mandante. E nós também pedimos medidas cautelares, destacou.
Nas redes, a deputada postava, a cada dia 16, uma homenagem ao marido assassinato. A polícia acredita que Flordelis usava o recurso para tentar dissimular sua participação no crime.
O delegado frisou que não há dúvidas de que a deputada planejou o assassinato por questões financeiras. "A investigação chegou a esta conclusão: que ela planejou esse assassinato covarde. Motivação é porque ela estava insatisfeita com a forma que o pastor Anderson tocava a vida e fazia a movimentação financeira da família, disse o delegado.
De acordo com a Polícia Civil, Flordelis foi indiciada por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada. A DHNSGI encaminhará para a Câmara dos Deputados uma cópia do inquérito com o resultado da investigação, para que sejam adotadas as medidas administrativas cabíveis. O procedimento poderá levar ao afastamento da parlamentar para que ela responda pelo crime na prisão.
Os agentes estão em endereços na capital do Rio, em Niterói e São Gonçalo, na região Metropolitana do Rio, e em Brasília, no Distrito Federal. Foram expedidos nove mandados de prisão e 14 de busca e apreensão contra 11 envolvidos no crime.
Deputada falava em assalto
Anderson do Carmo foi assassinado dentro da própria casa no bairro Badu, em Niterói, no dia 16 de junho do ano passado. Na ocasião, a esposa da vítima disse que o pastor teria sido morto durante um assalto. Ela informou ainda que eles tinham sido seguidos por suspeitos em uma moto quando retornavam para casa.
De acordo com o delegado Allan Duarte, titular da DHNSGI, a primeira fase da investigação identificou Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico da deputada, como executor do crime e Lucas César dos Santos, filho adotivo do casal, como a pessoa que comprou a arma utilizada no assassinato.
"Chegamos a 11 pessoas que serão responsabilizadas criminalmente por esse crime. Crime bárbaro, crime covarde. E hoje conseguimos finalizar essa investigação, disse o delegado Antônio Ricardo.
Sobre os filhos presos, Antônio Ricardo diz que todos participaram o crime em algum momento. "Todos eles têm uma participação que ficou comprovada no decorrer da investigação. Com todas as buscas que foram feitas, os depoimentos e as contradições chegamos a essa conclusão. Temos 11 pessoas respondendo criminalmente, levando em conta que a família são 55 (pessoas), nós temos 20% respondendo por esse crime.
Foram presos nesta segunda-feira: Marzy Teixeira da Silva, Simone dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira, Carlos Ubiraci Francisco Silva, Adriano dos Santos, Rayane dos Santos Oliveira e o ex-PM Marcos Siqueira.
Com informações do Extra
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