Imposto unificado pode deixar ensino superior 10% mais caro

A proposta do ministro Paulo Guedes de unificar PIS e Cofins na Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), com alíquota única de 12% na reforma tributária, pode aumentar em 10% as mensalidades do ensino superior privado já no próximo ano.

Segundo estudo apresentado nessa quarta-feira (19) pelo Semesp, aumento na mensalidade pode ocasionar uma perda de 1,6 milhão de alunos até 2030 nas instituições particulares. Desse total, 1,3 milhão seria de novos estudantes que deixariam de ingressar nas universidades no período. Outros 322 mil, já matriculados, evadiriam.

"É um quadro grave, considerando que cerca de 89% dos alunos que estudam em instituições privadas de ensino são das classes C, D e E. Para que não houvesse aumento de carga tributária para as instituições particulares, obrigando-as a aumentar as mensalidades, a CBS proposta teria que ser de 4,5%”, comenta Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp.

Prejuízo bilionário

O estudo também ressalta o impacto econômico para o país. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a diferença salarial entre um profissional com ensino médio e um com superior completo chega a R$ 50,9 mil em um ano.

Portanto, com a redução de graduados, a perda de massa salarial e arrecadação de impostos ocasionaria um prejuízo de R$ 733 bilhões ao país ao longo dos próximos dez anos. "Só a perda de massa salarial até 2030 seria de R$ 531 milhões, o equivalente a 7% do Produto Interno bruto (PIB)”, afirma o diretor-executivo do Semesp.

Com informações do jornal O GLOBO