Menina chegou ao hospital no porta-malas para fazer aborto legal
por: Igor Tarcízio e George Marques
A menina de 10 anos estuprada pelo tio foi obrigada a se esconder dentro do porta-malas de uma minivan Doblò para conseguir entrar no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), da Universidade de Pernambuco, no último domingo (16) onde realizou o aborto legal. O procedimento foi adotado para despistar os manifestantes contrários ao aborto, que se aglomeraram na frente do hospital após os dados da criança e do local serem divulgados nas redes sociais pela extremista Sara Giromini.
A vítima não conseguiu realizar o aborto no Espírito Santo, estado onde residia com os avós. O motivo foi que o hospital referência de Vitória alegou não ser possível por "questões técnicas".
A pressão de religiosos e grupos extremistas contra a realização do aborto de uma menina de dez anos estuprada pelo tio em São Mateus, no interior do Espírito Santo, não ficou restrita à frente do Cisam, onde a criança realizou o procedimento legal. A vítima foi constrangida inclusive por um médico dentro da unidade.
Segundo relatos, o profissional conseguiu acessar o quarto da menina na noite de domingo para pressioná-la, com detalhes gráficos do procedimento, garantido por lei para vítimas de estupro e gestações que representem risco à mãe, e questionando a decisão dela e da avó.
Tio é preso
O homem acusado de estuprar uma menina de 10 anos no Espírito Santo, tio da vítima, foi preso na madrugada desta terça-feira. A informação foi divulgada pelo governador do estado, Renato Casagrande (PSB).
O caso ganhou repercussão nacional na semana passada e o suposto agressor fugiu depois que os abusos foram descobertos com a gestação. Ele foi encontrado em Betim (MG). O homem foi indiciado por estupro de vulnerável e ameaça. Ele será levado para o Complexo Penitenciário de Xuri, em Vila Velha, na Região Metropolitana de Vitória.
A menina, que contou ter sido abusada desde os seis anos, estava quadro de diabetes gestacional e já tinha 22 semanas de gravidez. Segundo médicos, havia risco de morte caso a gestação fosse levada a termo. O procedimento abortivo, garantido em lei para vítimas de estupro e gravidez com risco de óbito, foi concluído na última segunda-feira.
Com informações do O Globo e G1
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