Revoltados, indígenas bloqueiam via e exigem ajuda do governo Bolsonaro
por: Mônica Oliveira
Dezenas de indígenas Kayapó Mekragnoti, grupo da etnia Kayapó, bloquearam parte da rodovia BR-163, próximo ao município de Novo Progresso, no Pará, nessa segunda-feira (17), exigindo a ajuda do governo de Jair Bolsonaro no combate à Covid-19. Munidos de pedaços de paus, flechas e facões, os indígenas declararam que o bloqueio é "por tempo indeterminado.
O grupo ergueu duas barricadas com pneus e madeira na via, a principal de distribuição agrícola do Centro-Oeste aos portos fluviais da Amazônia.
Segundo o Correio Braziliense, dados da ONG Kabu reportam que dos 1,6 mil habitantes das 12 aldeias que compõem as comunidades, ao menos quatro morreram em decorrência da Covid-19. Outros 400 indígenas foram infectados. No último balanço geral, o Brasil chegou a 108.536 óbitos e 3.359.570 casos confirmados.
O combate ao desmatamento ilegal praticado pelos invasores de terras é outra exigência ao governo federal colocada pelos indígenas. "Você está vendo essa fumaça?, perguntou o cacique Beppronti Mekragnotire. "É porque o desmatamento está aumentando a cada dia, lamentou.
"A cada dia que passa essa doença está aumentando, por isso nós estamos fazendo esse movimento para chamar a atenção ( ) para o governo olhar para o lado dos indígenas, disse o cacique, por meio do seu porta-voz e intérprete DotoTakakire.
Atualmente os Kayapó Mekragnoti vivem nas reservas Baú e Menkragnoti, que juntas ocupam 6,5 milhões hectares. A área total tem tamanho comparado ao da Croácia, país da Europa Oriental.
Por viverem isolados, indígenas são mais vulneráveis ao coronavírus devido às suas defesas imunológicas. O contato com populações urbanas, principalmente pela presença de garimpeiros ilegais em suas reservas, levou o contágio pela Covid-19 à esses povos.
Omissão aos indígenas
De acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), que acusa Bolsonaro de omissão, ao menos 618 indígenas morreram e outros 21 mil já foram infectados pelo coronavírus em todo o Brasil.
ONU contesta vetos de Bolsonaro
A Organização das Nações Unidas (ONU) contestou os vetos do presidente Jair Bolsonaro em projeto dedicado a proteger comunidades indígenas e quilombolas da escalada da pandemia do coronavírus, segundo Jamil Chade no UOL.
De acordo com a entidade internacional, é preciso que o Brasil tome "medidas afirmativas concretas para lidar com estes grupos vulneráveis. A OMS se diz "preocupada com a falta de coordenação governamental da situação.
Segundo o colunista, a declaração consta em uma carta da ONU para a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, que havia solicitado uma opinião da organização.
O documento é assinado por Jan Jarab, representante regional para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Bolsonaro sancionou, com vetos, a lei com medidas de proteção a povos indígenas durante a pandemia do coronavírus.
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