Acusado de estuprar e engravidar menina de 10 anos no ES é preso em MG
por: Nathalia Bignon
O homem acusado de estuprar e engravidar uma menina de 10 anos em São Mateus, no Espírito Santo, foi preso por volta das 3h30 desta terça-feira (18) na cidade de Betim, em Minas Gerais. O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), divulgou a informação em seu perfil no Twitter na manhã desta terça.
"Que sirva de lição para quem insiste em praticar um crime brutal, cruel e inaceitável dessa natureza, disse o governador do ES.
Segundo a Polícia Civil, o homem de 33 anos não resistiu à prisão e foi localizado em Minas após um trabalho de inteligência. O suspeito, tio da vítima, será encaminhado ao Complexo Penitenciário de Xuri, em Vila Velha, na Grande Vitória. Ele foi indiciado por estupro de vulnerável e ameaça e estava foragido desde a última semana. Ele também já tinha passagem criminal por tráfico de drogas e esteve preso entre 2011 e 2018.
A gravidez foi revelada no dia 7 de agosto, quando a menina foi ao hospital em São Mateus se queixando de dores abdominais. A menina relatou que começou a ser estuprada pelo próprio tio desde que tinha 6 anos e que não o denunciou porque era ameaçada.
A criança passou por um procedimento e interrompeu a gestação em Recife (PE) na segunda (17). Ela estava na unidade desde domingo (16), quando iniciou o processo. O procedimento foi concluído por volta das 11h e a menina passa bem. Equipes da Polícia Científica de Pernambuco coletaram amostras genéticas do feto e da criança, após uma determinação da Justiça do Espírito Santo.
"Vamos traçar os perfis de DNA dessas duas amostras, enquanto o perfil de DNA do preso vai ser traçado no outro estado. O normal é ele negar, dizer que não foi ele, mas com isso, se apresentam provas materiais do crime de estupro e do que chamamos de paternidade criminosa, disse a chefe da Polícia Científica de Pernambuco, Sandra Santos.
Transferência para Pernambuco
A criança chegou a ser internada no Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), em Vitória, mas a equipe médica do Programa de Atendimento as Vítimas de Violência Sexual (Pavivi) se recusou a realizar o procedimento no sábado (15). Diante da negativa, ela e a família viajaram para Pernambuco para conseguir realizar o procedimento.
Nesta segunda, em coletiva de imprensa, a superintendente do Hucam, Rita Checon, afirmou que a decisão da equipe do hospital foi "estritamente técnica, porque o programa do hospital para este tipo de casos segue um protocolo do Ministério da Saúde de aborto até 22 semanas e 500 gramas. O feto, neste caso, tinha 22 semanas e 4 dias e 537 gramas.
Segundo a superintendente, o hospital não tinha capacidade técnica para fazer o procedimento necessário. "O abortamento é considerado [seguindo a Nota Técnica do Ministério da Saúde para abortamento humanizado, que é adotado pelo Pavivis] se a gravidez está no limite de 20 a 22 semanas e se o peso fetal é até 500g. Essa criança estava acima desse ponto de corte que é dado pelo Ministério da Saúde. A criança não estava em risco iminente de vida ao chegar ao hospital, apesar de ter diabetes gestacional, a criança estava com saúde controlada, disse.
Integrantes do Movimento Pró-Vida e do grupo católico pernambucano Porta Fidei chegaram a tentar invadir o hospital no domingo, após a extremista Sara Giromini divulgar informações pessoais da menina e a localização onde a vítima havia sido internada. O grupo também foi incentivado a protestarem contra o aborto pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. A divulgação dessas informações contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Com informações do G1 ES
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