Após expulsão de extremistas, aborto legal de criança de 10 anos ocorre em segurança
por: Mônica Oliveira
Foi realizado com segurança o procedimento de aborto legal na criança de 10 anos, que engravidou após ser estuprada pelo tio. O aborto legal, autorizado pelo juiz Antônio Moreira Fernandes, da Vara da Infância e da Juventude de São Mateus (ES), cidade onde a menina mora, ocorreu no domingo (16), no Centro Integrado de Saúde Amauri de Medeiros (Cisam), no Recife (PE).
O Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), no Espírito Santo, negou fazer o procedimento na criança. Ela ter que viajar para a capital pernambucana exclusivamente para interromper a gravidez.
Contrários, fundamentalistas religiosos tentaram invadir o complexo hospitalar para impedir que a cirurgia fosse concretizada. Segundo o Brasil de Fato, os extremistas foram expulsos por um grupo do Fórum de Mulheres de Pernambuco, que reivindicou o direito da menina, garantido em casos onde há risco de vida para a mãe ou anencefalia do feto.
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Durante o dia, grupos conservadores ainda criticaram a realização do procedimento, mesmo após a autorização do Tribunal de Justiça do Espírito Santo. Contra, estiveram no local parlamentares como os deputados Clarissa Tércio (PSC), Cleiton e Michelle Collins, ambos do PP, o vereador Renato Antunes (PSC), o deputado estadual Joel da Harpa (PP) e a ex-deputada Terezinha Nunes (MDB).
O episódio foi um dos mais comentados do dia nas redes sociais no final de semana. A criança era vítima de violência há quatro anos.
Ainda no domingo, a ativista de extrema-direita Sara Giromini, também conhecida como Sara Winter, divulgou um vídeo no YouTube com informações sigilosas e que poderiam comprometer a segurança da vítima.
Após denúncias, todas as redes sociais em que a extremista publicou o conteúdo foram obrigadas a apagar os dados compartilhados ilegalmente em 24 horas.
Pesquisa nacional sobre aborto
A Pesquisa Nacional de Aborto, realizada em 2015 pelo Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero (Anis) em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), mostrou que uma em cada cinco mulheres entre 18 e 39 anos já tinha realizado pelo menos um aborto até os 40 anos, totalizando de quase 500 mil intervenções.
Os números podem ser maiores, já que a pesquisa não abrangeu adolescentes, mulheres em áreas rurais e após os 49 anos.
Com informações do Brasil de Fato
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