Instituto Pensar - Para líderes no Congresso, Bolsonaro e Ministério da Saúde são os piores gestores da pandemia

Para líderes no Congresso, Bolsonaro e Ministério da Saúde são os piores gestores da pandemia

por: Nathalia Bignon 


Foto: Reprodução

Uma pesquisa realizada pelo Painel do Poder, uma iniciativa do site Congresso em Foco, indicou que os líderes do Congresso têm uma avaliação diferente quanto ao papel do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no enfrentamento da pandemia, em relação aos dados divulgados pelo Datafolha no último sábado (15).

Se para 47% da população o presidente não tem qualquer responsabilidade pelos mais de 100 mil mortos, a esmagadora maioria dos líderes do Congresso – quase 96% – considera que a Presidência da República e o Ministério da Saúde fazem a pior gestão da crise entre as instituições. Parlamentares ouvidos pelo Painel apontaram a Câmara e o Senado como as que têm tido melhor desempenho.

Apenas 4,25% dos líderes ouvidos apontaram a Presidência da República como a instituição que melhor tem atuado no enfrentamento da Covid-19. O Ministério da Saúde recebeu 2% das menções dos deputados e não foi mencionado por nenhum dos líderes do Senado.

Avaliação do Congresso

De acordo com a pesquisa, o Congresso também foi responsável por várias mudanças em propostas do governo de socorro a pessoas de baixa renda e preservação de empregos durante a crise sanitária. No caso do auxílio emergencial, por exemplo, o Executivo anunciou inicialmente um valor mensal de R$ 200. Bolsonaro só anunciou os R$ 600 depois de os parlamentares pressionarem por um valor maior.

Governos estaduais e municipais também tiveram índice de aprovação baixo. Apenas 5,6% dos entrevistados apontaram governadores e prefeitos como responsáveis pela melhor gestão da pandemia.

Saúde e Educação

saúde é a área que tem as piores expectativas entre os líderes pelos próximos 12 meses. Para 42,3% deles a situação na saúde vai piorar nesse período. Já a educação, influenciada pela saída do ex-ministro Abraham Weintraub, deve melhorar para 53,5% dos entrevistados.

A pesquisa ouviu 71 líderes de bancada, presidentes de comissões, integrantes de mesas diretoras e parlamentares formadores de opinião entre os dias 13 e 18 de julho a respeito de temas legislativos, perspectiva política e análise da atuação do governo e de autoridades.

O levantamento levou em conta a proporção entre integrantes da base governista e da oposição e parlamentares que se autodeclaram independentes, além da distribuição regional entre eles.

De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada nesse sábado (15), 41% dos entrevistados veem Bolsonaro como um dos culpados pela tragédia, mas não o principal. Já 11% acham que o presidente é o principal responsável. Outros 2% não souberam responder.

Áreas aprovadas

Já os líderes só aprovam a gestão do Executivo em três de 15 áreas: agricultura e pecuária (com 65,3), infraestrutura (60,9) e defesa nacional (53,4). Esses foram os únicos segmentos que superaram a marca dos 50 pontos, em escala de 0 a 100. Na outra ponta, as áreas com pior avaliação foram o meio ambiente (34) e a educação (29,9).

Sem ministro titular há três meses, a área da saúde recebeu dos líderes nota média de 41,1, ficando apenas na oitava colocação entre os 15 itens avaliados. Na comparação com a rodada anterior do painel, realizada em março, dias antes de a pandemia oficialmente se instalar ao Brasil, a saúde foi o segmento que registrou maior queda na aprovação (-9,7). Em março, o Ministério da Saúde era comandado por Luiz Henrique Mandetta.

Ministros de Bolsonaro avaliados

O combate à corrupção (-6,8), o relacionamento com o Judiciário (-3,2) e o meio ambiente (-2,4) completam a lista das áreas que tiveram piora mais acentuada na avaliação. Por outro lado, a relação com o Congresso, depois da aliança do governo com o Centrão, melhorou.

Entre os ministros, os melhores, no entendimento dos líderes, são a da Agricultura, Tereza Cristina (com 3,7), o da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas (3,6), e o Desenvolvimento, Rogério Marinho (3,3). A pontuação vai de 0 a 5. Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores são os piores.

Jair Bolsonaro

O Painel do Poder também indicou estabilidade na avaliação do presidente Jair Bolsonaro na comparação com a pesquisa feita na véspera da pandemia. Em escala de um a cinco, a nota atribuída por líderes ao presidente oscilou 0,2 para cima, ficando em 2,6. É a melhor avaliação nas cinco ondas de pesquisa realizadas desde o início do mandato de Bolsonaro.

Com informações do Congresso em Foco



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