Instituto Pensar - Flávio Bolsonaro omitiu R$ 350 mil investidos na compra de loja de chocolates, aponta MP-RJ

Flávio Bolsonaro omitiu R$ 350 mil investidos na compra de loja de chocolates, aponta MP-RJ

por: Nathalia Bignon 


Foto: Pedro França/Agência Senado

Informações divulgadas neste domingo (16) pelo jornal O Globo, mostram que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e sua mulher, Fernanda Bolsonaro, omitiram R$ 350 mil investidos na compra de uma loja de chocolates Kopenhagen de suas declarações de Imposto de Renda. A empresa foi adquirida pelo parlamentar junto com um amigo, Alexandre Santini.

Segundo a denúncia, promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) detectaram a ausência da declaração financeira depois de cruzar dados bancários e fiscais do senador e da esposa desde que as quebras de sigilo passaram a ser autorizadas pelo Tribunal de Justiça do Rio, em abril do ano passado. A loja de Flávio está no centro das investigações sobre o esquema de ‘rachadinhas’ montado do gabinete do filho de Jair Bolsonaro (sem partido), enquanto ele ainda era deputado estadual.

Contradições de Flávio

Na investigação, o senador tem justificado a evolução patrimonial com lucros obtidos com esta empresa. No entanto, a Promotoria diz que a loja, localizada em shopping da Barra da Tijuca, lavou R$ 1,6 milhão, com parte dessa quantia sendo depositada na conta bancária da empresa entre 2015 e 2018, após supostamente ser recolhida por Fabrício Queiroz, seu ex-assessor parlamentar. No entanto, no depoimento prestado ao MP-RJ, Flávio caiu em contradição ao explicar a negociação, confundiu valores e, em muitos momentos, disse não recordar das operações.

Ainda de acordo com as investigações, o dinheiro saía da loja para Flávio sob a forma de uma fictícia divisão de lucros, que desrespeitava a participação societária do senador e do sócio. Flávio e Santini compraram a loja da C2S Comércio de Alimentos, que pertencia a Cristiano Correia Souza e Silva.

No contrato, assinado em 11 de dezembro de 2014, o valor acertado foi de R$ 800 mil. Cada sócio ficou responsável por arcar com metade, R$ 400 mil. Os promotores encontraram, na declaração de Flávio à Receita Federal, o pagamento de R$ 50 mil para a empresa de Cristiano em 2014, o que coincide com um cheque emitido por Flávio como sinal para a compra.

Mesmo sem constar como sócia da empresa, Fernanda fez uma transferência eletrônica para a C2S no valor de R$ 350 mil, no dia 2 de fevereiro de 2015, e quitou o que seria a parte de Flávio na aquisição da loja. Contudo, este pagamento não foi declarado por ela à Receita Federal.

O MP suspeita que Alexandre Santini seja um "laranja” do esquema montado na Assembleia. Além disso, acredita que o estabelecimento funcionava como "conta de passagem”. "Créditos espúrios retornaram a Flávio Bolsonaro travestidos sob a forma de distribuições de lucros fictícios”, dizem os promotores no pedido de buscas feito à Justiça no ano passado.

Com informações de O Globo




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