China aprova patente para vacina de produção em massa
por: Nathalia Bignon
O Gabinete de Propriedade Intelectual do Estado Chinês aprovou a primeira patente da vacina contra a Covid-19 que pode "ser produzida em massa num curto período de tempo, informou nesta segunda-feira (17) a imprensa local.
A vacina, que está na terceira fase de testes, foi desenvolvida pelo Instituto Científico Militar e pela empresa biofarmacêutica chinesa CanSino Biologics. De acordo com informações do governo chinês, o medicamento começou a ser usado no final de junho no Exército, depois de cientistas líderes do projeto descobrirem um anticorpo altamente eficiente contra a doença.
Os resultados da segunda fase de testes clínicos da vacina mostraram que ela é segura e induz uma resposta imune contra o coronavírus, segundo uma investigação publicada no final de julho no The Lancet.
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De acordo com a patente, a vacina mostrou uma "boa resposta imunológica em ratos e roedores, podendo induzir o organismo a produzir uma forte resposta imunitária celular e humoral em pouco tempo, noticiou o jornal cantonês Southern Metropolis. Ela também "pode ser produzida em massa em um curto período de tempo e é "rápida e de fácil elaboração. A segurança e eficácia devem ser comprovadas na fase três, que será realizada fora do país, segundo o mesmo jornal.
Especialistas citados pelo jornal Global Times indicaram que a concessão da patente demonstra a "originalidade e criatividade da vacina, e que "é provável que a CanSino também solicite uma patente junto às autoridades estrangeiras para proteger os direitos de propriedade intelectual durante a cooperação internacional.
Na investigação publicada em julho no The Lancet, a informação é que mais de 500 pessoas foram testadas após os primeiros testes publicados em maio, também com resultados positivos. Contudo, reconhece-se que serão necessários mais testes em humanos na terceira fase para confirmar se esta candidata a vacina protege efetivamente contra a infeção causada pelo coronavírus. Os autores enfatizaram, no entanto, que nenhum participante nos estudos de fase dois foi exposto ao vírus após a vacinação.
No total, a segunda fase de testes da candidata a vacina, que usa um vírus enfraquecido da constipação comum (o adenovírus tipo 5, Ad5-nCoV), envolveu 508 participantes.
Criador da vacina contra o Ebola
A CanSino Biologics desenvolveu com a Academia Militar de Ciências da China uma vacina contra o vírus Ebola que obteve licença provisória em 2017. A empresa foi fundada em 2009 na cidade de Tianjin, no nordeste do país, e tem como foco principal o desenvolvimento e a produção de vacinas.
Normalmente, o período para uma vacina estar disponível para uso em massa é de pelo menos 12 a 18 meses, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), embora a China tenha acelerado os processos devido à emergência de saúde global, e tem permitido que alguns estudos em várias fases sejam realizados ao mesmo tempo.
A pandemia da Covid-19 já provocou mais de 770 mil mortos e infetou mais de 21,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios. A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter enfrentando a crise, como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
Com informações com a Agência de Notícias de Portugal
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