Parlamentares propõem recursos de imposto para sustentabilidade
por: José Jance Marques
A Frente Parlamentar Ambientalista lançou nesta terça-feira (25), junto com 12 entidades da sociedade civil, uma proposta de reforma tributária sustentável, baseada principalmente na destinação de um percentual do novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) para ações verdes nos municÃpios. A ideia é aumentar esse percentual gradualmente, de 0,5% para 2,5%, o que daria R$ 20 bilhões anuais após dez anos.
O novo IBS está na Proposta de Emenda à Constituição 45/19, um dos textos que vêm sendo analisados pela Comissão Mista da Reforma Tributária. O imposto elimina outros cinco tributos que incidem sobre o consumo de bens e serviços. A reforma sustentável foi preparada para ser acoplada à PEC em tramitação.
Outra sugestão que também vai na linha de municipalizar a arrecadação é reformar o Imposto Territorial Rural, hoje cobrado pelo governo federal e que rende menos de R$ 2 bilhões. O ITR incide sobre o valor da terra e aumenta com o tamanho da propriedade e caso o imóvel não seja produtivo.
A gerente de projetos e produtos do Instituto Escolhas, Jaqueline Ferreira, disse que o ITR é conhecido como "Imposto R$ 10â porque mais de 20% das declarações pagam esse valor, que é o mÃnimo.
A reforma sustentável também busca transformar a Cide CombustÃveis em uma Cide Ambiental para sobretaxar produtos e serviços que causem danos ao meio ambiente. Ainda seria criada uma Cide do uso do solo para incentivar o manejo sustentável da terra.
Incentivos fiscais vs Imposto
Para o coordenador do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) em BrasÃlia, André Lima, já passou da hora de o PaÃs mudar alguns incentivos fiscais:
"Por exemplo, a pecuária no Pará e em Mato Grosso, durante muito tempo, tinha ICMS zero para exportação de boi em pé. Camarada pega o boi no pasto, bota no caminhão, leva para o porto e exporta, sem nenhuma agregação de valor e sem pagar tributo. Agora, as sementes dos Ãndios do Xingu que são coletadas para entrar no ciclo econômico da restauração florestal pagam ICMS de 12%, 17% â, comparou.
Oportunidade
Coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, o deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP) disse que a proposta de reforma sustentável é "ousadaâ, mas endossou que a mudança da legislação tributária é uma oportunidade única para que o Brasil mude de eixo em relação ao meio ambiente.
"Alguns paÃses estão tendo mais ousadia nessa área, outros menos. A Colômbia, na sua última reforma tributária, criou um imposto especÃfico para o carbono, a fim de desincentivar o consumo da gasolina, do óleo diesel, do carvão e estimular a economia da florestaâ, citou.
Coordenador da Frente Parlamentar Mista para a Criação de EstÃmulos Econômicos para a Preservação Ambiental, o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) elogiou a parte da reforma que busca inserir na Constituição que a preservação do meio ambiente deve ser um princÃpio tributário. Dessa forma, quem polui deverá pagar mais imposto; quem protege, receber isenções.
Com informações da Agência Câmara de NotÃcias
0 Comentário:
Nome: | Em: | |
Mensagem: |