Instituto Pensar - EUA atingem marca de 5 milhões de casos da Covid-19

EUA atingem marca de 5 milhões de casos da Covid-19

por: Nathalia Bignon 


Protesto de enfermeiras em frente ao Capitólio em homenagem aos profissionais de saúde mortos nos EUA (Foto: Getty Images)

Os Estados Unidos superaram a marca de 5 milhões de pessoas infectadas pelo novo coronavírus desde o início da epidemia no país neste domingo (9). Os dados são da Universidade Johns Hopkins, que monitora os avanços da Covid-19 nos EUA e no mundo. Ao todo, em todo o globo, já são 19,5 milhões de casos da doença.

Além de possuir o maior número de infecções em todo o planeta, o país também contabiliza a maior quantidade de mortes em razão da doença. Até este domingo, segundo a Universidade, eram mais de 162 mil óbitos no país, quase o triplo do total oficial de americanos mortos na guerra do Vietnã, e quase um quarto do total de óbitos registrados ao redor do globo. Entre a quarta e a quinta-feira passada, o país voltou a registrar recordes de mortes em um único dia, chegando a 2.060 mortes.

Autoridades americanas de saúde afirmam que o número real das infecções no país pode ser até 10 vezes maior do que o oficial, o que significaria um total de 50 milhões de pessoas infectadas. Essa subnotificação se explicaria pela baixa testagem na população e pelo fato de que em torno de 40% dos portadores do coronavírus não apresentam sintomas.

EUA e surpresa da Itália

A Itália, onde o coronavírus surgiu pela primeira vez na Europa, teve 35 mil mortes em razão da pandemia, que paralisou o país.

Os italianos foram pegos de surpresa pela doença, mas conseguiram controlar a situação após a imposição de um rígido lockdown de 10 semanas, adotado juntamente com medidas para rastrear o surgimento de novos surtos. Soma-se a isso a ampla aceitação das medidas preventivas por parte da população – como o uso de máscaras de proteção e o distanciamento social.

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Muitos europeus se dizem espantados com a situação atual da doença nos EUA, uma vez que os americanos tiveram tempo para se preparar para a chegada do vírus, ao contrário do que ocorreu na Europa. O país poderia ter se beneficiado da experiência e conhecimento médico adquirido nos meses anteriores pelos europeus, antes dos pacientes infectados começarem a lotar as UTIs americanas.

Ao invés disso, o governo americano adotou a estratégia de negar ou minimizar a extensão da doença, o que pode ter contribuído para o aumento dos casos e das mortes, assim como diversas outras atitudes tomadas pela Casa Branca.

O ministro italiano da Saúde, Roberto Speranza, criticou o fato de os Estados Unidos suspenderem suas contribuições financeiras a Organização Mundial de Saúde (OMS) em meio a maior crise sanitária dos últimos 100 anos, e se disse impressionado com as decisões tomadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Trump e a gestão da pandemia

O líder americano se recusou durante meses a usar máscaras de proteção e chegou a colocar em dúvida alertas de saúde dos próprios especialistas do governo. Ao mesmo tempo, o país vive um processo de politização da resistência ao uso das máscaras e ao confinamento, o que, segundo especialistas, amplifica o risco de contaminação.

O marco sombrio veio ao mesmo tempo em que o presidente Donald Trump assina decretos com o objetivo de fornecer alívio econômico aos norte-americanos afetados pela pandemia do coronavírus, depois que a Casa Branca não conseguiu chegar a um acordo com o Congresso.

Na última sexta-feira (7), o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o crescimento do emprego nos EUA desacelerou consideravelmente em julho, ressaltando a necessidade urgente de ajuda governamental adicional.

Com informações da Deutsche Welle e G1



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