Comissão Arns vê verdadeira ofensa ao STF em resposta do MJ sobre dossiê
por: Igor Tarcízio
Nesta quinta-feira (6), a Comissão de Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns, formada por personalidades do mundo Jurídico e ex-ministros de Estado, divulgou nota com críticas contundentes ao Ministério da Justiça pela manifestação a respeito do suposto monitoramento de servidores contrários do governo.
Em resposta a um pedido de esclarecimento da ministra Cármen Lucia, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pasta chefiada por André Mendonça negou investigar opositores do presidente, mas disse que não pode compartilhar informações de inteligência produzidas pela sua Secretaria de Operações Integradas (Seopi).
A pasta afirmou que a Seopi não se coloca à serviço de grupos, ideologias e objetivos mutáveis e sujeito às conjunturas político-partidárias, mas observou que abrir o acesso de relatórios internos ao Poder Judiciário causaria crescentes instabilidade e insegurança.
"O vazamento de informações de inteligência é fato grave e que coloca em risco tanto atividades essenciais do Estado Brasileiro como pessoas eventualmente citadas nos relatórios, ainda que por simples pertinência temática com o assunto a ser abordado, observou a pasta.
Desacato
Para a Comissão Arns, o posicionamento não esclarece os questionamentos que seguiram a revelação, pelo portal UOL, de um dossiê contra 579 servidores federais e estaduais da área de segurança e professores identificados como integrantes do movimento antifascismo elaborado pela Seopi.
O grupo classificou a resposta do Ministério como uma verdadeira afronta à autoridade do Supremo Tribunal Federal e pediu medidas enérgicas para impedir o que classificou como desacato à jurisdição do Supremo.
"A Comissão Arns acompanha com extrema preocupação o caso e tomará todas as medidas cabíveis, no plano nacional e internacional, para o esclarecimento dos fatos e a obtenção do famigerado dossiê, informou o grupo em nota enviada à imprensa.
Com informações do Estadão
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