Queiroz depositou R$ 72 mil em 21 cheques na conta de Michelle Bolsonaro
por: Nathalia Bignon
Uma reportagem divulgada nesta sexta-feira (7) pela revista Crusoé revelou extratos bancários comprovando que Fabrício Queiroz depositou ao menos 21 cheques em nome da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
As movimentações financeiras feitas pelo ex-assessor parlamentar do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foram anexadas à investigação sobre suposto esquema de rachadinha montado no gabinete de Flávio enquanto este ainda era deputado estadual, no Rio. As movimentações ocorreram entre outubro de 2011 e dezembro de 2016, em valores de R$ 3 mil e R$ 4 mil. Os valores, somados, chegam a R$ 72 mil.
Em 2018, quando o caso Queiroz veio à tona, o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), anexado aos autos da Operação Furna da Onça, já havia citado um cheque de R$ 24 mil depositado pelo PM em favor da mulher do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
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Após a repercussão, o presidente apresentou sua versão dizendo que o valor seria referente a uma parcela do pagamento de um débito antigo de Queiroz com ele. Além disso, apontou que o montante depositado em favor de Michelle seria ainda maior: R$ 40 mil. O próprio Bolsonaro citou o valor em um pronunciamento feito em rede nacional.
Rachadinha
Agora, os novos extratos bancários de Queiroz adicionam mais um capítulo à investigação sobre o esquema criminoso.
De acordo com os dados obtidos pela Revista, em 2011 Queiroz depositou aos menos três cheques de R$ 3 mil, compensados em outubro, novembro e dezembro. Em 2012, também foram identificados outros três cheques de R$ 3 mil, compensados em janeiro, fevereiro e julho. No ano seguinte, mais dois cheques de R$ 3 mil, compensados nos meses de fevereiro e abril. Em 2016, a quantidade e valores subiram: foram ao menos sete cheques, de R$ 4 mil cada, compensados em abril, maio (2), junho, julho, novembro e dezembro.
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De acordo com a reportagem a Crusoé, nos extratos bancários de Queiroz não há depósitos feitos por Bolsonaro na conta do ex-PM. A publicação esclarece ainda que entre 2007 e 2018 foram registrados créditos de R$ 6,2 milhões na conta do ex-assessor R$ 1,6 milhão identificado como salário, R$ 2 milhões atrelados a depósitos do gabinete de Flávio na Alerj e R$ 900 mil em espécie, sem identificação.
Queiroz é apontado como chefe financeiro do esquema de rachadinha instalado no gabinete do atual senador.
Queiroz na prisão
No dia 18 de junho, Queiroz chegou a ser preso preventivamente, após ser encontrado na casa do ex-advogado da família Bolsonaro, Frederik Wassef, em Atibaia.
Menos de um mês depois, em 10 de julho, Queiroz deixou o presídio de Bangu, beneficiado com uma prisão domiciliar, concedida pelo ministro João Otávio de Noronha, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A Procuradoria-Geral da República (PGR) tenta restabelecer a prisão do ex-PM e de sua mulher, Márcia Oliveira de Aguiar, que cumpre, junto com ele, a prisão em casa, mesmo tendo ficado pelo menos três semanas foragida.
A Presidência da República ainda não se manifestou sobre as revelações.
Com informações do Estadão
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