Vamos tocar a vida, diz Bolsonaro ao comentar 100 mil vidas perdidas pela Covid-19
por: Nathalia Bignon
Na tradicional live semanal, transmitida na noite da última quinta-feira (6), Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que "lamenta as quase 100 mil mortes causadas pela pandemia do coronavírus no país, mas defendeu que brasileiros devem "tocar a vida.
"A gente lamenta todas as mortes, vamos chegar a 100 mil, mas vamos tocar a vida e se safar desse problema, disse, ao lado do ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello.
Nesta quinta, o Brasil registrou 1.226 novos óbitos causados pela doença em apenas 24 horas, chegando às 98.644 vítimas, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa. De acordo com pesquisadores, pela média de mortes diárias, o Brasil chegará aos 100 mil óbitos neste sábado.
HIV x Covid-19
Na mesma linha de Bolsonaro, o general Pazuello defendeu que a população terá que se acostumar a "mudar hábitos, uma vez que o vírus continuará perigoso até a "vacina chegar e medicamentos tiverem comprovação científica, o que facilitaria a rotina das pessoas. Ele ainda fez um comparativo do coronavírus com a epidemia da Aids, causada pelo vírus do HIV, na década de 1980.
"Essa historia do HIV é interessante fazer comparativo. Nós vivemos essa pandemia e os hábitos mudaram. As pessoas usam preservativo, diminuem convivência social em alguns casos, trocam gilete no barbeiro. Isso tudo não existia. O HIV continua existindo, o maior se trata e vida que segue. Vai ser assim com o coronavírus.
Hidroxicloroquina
Durante a transmissão, Bolsonaro também voltou a fazer propaganda da hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19, apesar das entidades médicas rejeitarem o tratamento.
Em julho, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) alertou que o país deveria retirar "imediatamente e com urgência a hidroxicloroquina de todas as fases do tratamento do novo coronavírus. A recomendação se baseou em estudos recentes sobre a ineficácia da droga contra a Covid-19.
"Quem não quer tomar cloroquina, não tente proibir, impedir quem queira tomar, afinal de contas, ainda não temos uma vacina e não temos um remédio comprovado cientificamente, disse o presidente. "Muitas doenças estariam sem cura se o médico não tivesse a liberdade de trabalhar fora da bula, afirmou, corroborando sua fala com Pazuello.
Na sequência, o presidente emendou: "A negação de um medicamento a quem está doente não pode ser de um prefeito ou governador. Quem decide é o médico. Pazuello respondeu: "Exatamente.
Desemprego recorde
Na transmissão pelas redes sociais, o presidente também responsabilizou prefeitos e governadores pelo crescente desemprego no país.
Ele criticou as medidas mais drásticas de fechamento de atividade econômica, como lockdowns, e citou que a perda de empregos é um "efeito colateral mais grave do que o causado pelo próprio vírus.
Na quinta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Brasil encerrou o segundo trimestre com a maior taxa de desemprego em três anos e redução recorde no número de pessoas ocupadas, como consequência das medidas de contenção da pandemia de coronavírus.
Com informações do UOL
0 Comentário:
Nome: | Em: | |
Mensagem: |