Sob pressão, Tesco ataca carne do Brasil por causar dano ambiental
Maior rede de supermercados do Reino Unido quer que governo obrigue empresas a rastrear cadeia de suprimentos para garantir que não causam dano ambiental
Após a ONG ambiental Greenpeace iniciar campanha para a Tesco suspender as vendas de produtos da Moy Park e da Tulip, empresas controladas pela brasileira JBS, a gigante britânica exigiu medidas ao governo que podem impactar o Brasil.
A maior rede de supermercados do Reino Unido quer que o governo britânico obrigue as empresas a rastrear suas cadeias de suprimentos para garantir que elas não provocam danos.
"Fazer queimadas para limpar a terra para plantio ou pastagem está destruindo habitats preciosos como a floresta tropical brasileira. É por isso que não compramos carne do Brasil, afirmou Dave Lewis, principal executivo da Tesco.
Em resposta a essa declaração, o escritório da JBS em Londres afirmou que a empresa "está comprometida com o fim do desmatamento em toda a sua cadeia de suprimentos e tem trabalhado para "melhorar a rastreabilidade da cadeia de suprimentos no Brasil.
Esse não é o primeiro ataque que a empresa brasileira sofre. Na última semana, a JBS perdeu investimentos da administradora escandinava Nordea também por questões ambientais. No entanto, apesar dos ataques, a Tesco não tomará a mesma medida. A empresa afirmou que deixar de comprar produtos da Moy Park e da Tulip provocaria perdas de emprego no Reino Unido, afetaria produtores e comprometeria sua capacidade de oferecer carne de porco e frango fresca aos clientes.
Tesco contra o desmatamento
Além dos produtos Moy Park e Tulip, a rede varejista adquire um sexto das 3,2 milhões de toneladas de soja importadas por ano pelo Reino Unido. Segundo o Greenpeace, 68% desse total vem da América do Sul.
A maior parte dos grãos importados pelo grupo, porém, vem do cerrado, cujo desmatamento também preocupa, segundo Lewis. No final de 2019, a empresa aderiu à Coalizão de Financiamento do Cerrado, que procura evitar danos na produção agrícola.
A empresa também foi uma das companhias que encaminharam em maio carta ao Congresso brasileiro pedindo a rejeição do projeto de lei n° 2.633/20, apelidado por ambientalistas de PL da Grilagem, por criar novas regras para posse de terra e regulariza propriedades em áreas indígenas.
Com informações da Folha de S. Paulo
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