Instituto Pensar - Justiça identifica donos de perfis que comemoraram a morte do neto de Lula

Justiça identifica donos de perfis que comemoraram a morte do neto de Lula

por: Nathalia Bignon


Arthur Araújo faleceu no dia 1º de março de 2019 – (Foto: Divulgação)

A Justiça paulista identificou ao menos três pessoas acusadas de comemorarem na internet a morte de Arthur, neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O menino de sete anos faleceu em março de 2019, vítima de uma infecção generalizada, enquanto o petista ainda estava preso em Curitiba. As informações são do colunista Rogério Gentile, do Uol.

De acordo com informações do processo que tramita na 7ª Vara Cível de São Bernardo, um dos acusados é morador de Campo Grande (RJ). "Se nem ele [Lula] está triste, porque eu estaria”, escreveu, na época.

O homem, que ainda não apresentou defesa nos autos do processo, usou um perfil falso no Facebook para fazer a publicação. Ele se passava por uma suposta blogueira, Alessandra Strutzel. Na postagem, o falso perfil escreveu "pelo menos uma boa notícia”, ao compartilhar uma reportagem sobre o falecimento do garoto no perfil falso. Nessa ação, Lula cobra uma indenização de R$ 50,3 mil.

Após o anúncio de que o ex-presidente processaria Alessandra, a falsa blogueira chegou a realizar uma vaquinha na internet alegando precisar de recursos para se defender. "Amados e amadas, preciso de ajuda em qualquer quantia para me ajudar no processo que o ex-presidente moveu contra minha pessoa por conta de um comentário isolado”, afirmou. "Estou desesperada, tenho mãe acamada, me arrependi”, dizia.

Ainda de acordo com a coluna do Uol, um segundo ataque foi feito por Hudson Du Mato, apelido de H.L.C.M. "A Justiça de Deus não falha”, escreveu o internauta, de Belo Horizonte, quando o neto do ex-presidente morreu. "Lula tá só começando a pagar pelo tanto de vida que ele matou ao roubar dinheiro público da saúde.”

O ex-presidente pede uma indenização de R$ 1.045, que equivale a um salário mínimo, e que o responsável seja obrigado a publicar eventual decisão condenatória em suas redes sociais. O acusado também não se manifestou na ação ainda.

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O terceiro ataque foi feito por uma pessoa que se apresentava como sendo Fernanda de Carvalho da Silva Carvalho da Silva, assim mesmo, com a repetição do sobrenome. Em um post em que chamou Lula de "canalha”, afirmou que o ex-presidente, à época preso em Curitiba, faria um "showmício” no velório do neto. "Vai ter ‘Lula livre’ no velório”, escreveu. O perfil, fake, estava associado a uma conta telefônica registrada no CPF de Wellington Melo Castro.

Processado por Lula, Wellington afirma não ter sido ele o autor do texto. Disse à Justiça que o seu CPF foi usado de modo fraudulento para cadastrar a linha telefônica.

O juiz Maurício Tino Garcia não aceitou o argumento, afirmando que, além do CPF, o telefone está vinculado ao endereço correto de Wellington e que, portanto, o telefone pertence a ele. A indenização, no entanto, não foi concedida pelo juiz. Ele considerou que o comentário feito pelo internauta é uma crítica política, ainda que de qualidade questionável, mas que não houve ofensa ao garoto.

Referindo-se a Lula, disse que "suportar críticas ácidas é parte do ônus de uma figura política de expressão”. Lula recorreu da decisão.

Com informações do UOL



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