Segundo informações preliminares da imprensa local, as explosões resultaram de um incidente no porto de Beirute perto de hangares que estocam materiais explosivos. Mas as circunstâncias e os detalhes do incidente permanecem desconhecidos.
Em entrevista a uma rede de televisão, o ministro da Saúde do Líbano, Hamad Hasan, disse que há cerca de 2,5 mil feridos. Inicialmente, o governo havia falado em 30 mortes e 3 mil feridos.
Ele assinou também um artigo, republicado em vários meios de comunicação, no qual afirma que "as explosões no porto de Beirute destruíram tudo que havia no entorno, atingiram bairros distantes e fizeram vítimas que ainda serão contadas. Jornalistas calejados por muitas guerras dizem nunca ter visto cenário parecido. Desespero e choque tomaram conta de todos.
O primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, disse em um pronunciamento que o país enfrenta uma catástrofe e declarou luto oficial de um dia. Ele disse também que o governo irá investigar os responsáveis pelo armazém que funcionava no porto da capital desde 2014.
Ainda não é possível saber com exatidão a quantidade de feridos ou qual seria a causa da explosão. Apesar de o país já ter sido alvo de terroristas e viver período de instabilidade política, não há evidência ainda de que se trate de um atentado terrorista.
A Cruz Vermelha disse também que há barcos operando no resgate de pessoas que foram jogadas ao mar. Parte dos atingidos foi levada a hospitais, mas ainda há gente presa nos escombros e dentro de suas casas.
A emissora libanesa LBCI informou que o hospital Hôtel-Dieu de France, no centro da capital libanesa, atende mais de 500 feridos e fez um pedido de doação de sangue.
Veredito de julgamento
O Líbano vive um período de instabilidade política. No fim do ano passado, o primeiro-ministro Saad Al-Hariri renunciou. O país viveu um período com um vácuo de poder, até que Hassan Diab assumiu e anunciou a formação de um novo governo em janeiro. O gabinete foi anunciado em meio a uma série de protestos que derrubaram.
Nesta sexta-feira (7), um tribunal apoiado pela ONU deve divulgar seu veredito no julgamento contra quatro homens acusados de terem participado do assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri em 2005, uma etapa fundamental em um longo processo no qual os suspeitos continuam em liberdade.
Os réus, todos membros do movimento xiita do Hezbollah, estão sendo julgados à revelia pelo Tribunal Especial do Líbano (TSL), com sede em Haia, encarregado de ditar a sentença 15 anos após o atentado com um carro-bomba no centro de Beirute. Nele, morreram o bilionário sunita e outras 21 pessoas.
O assassinato de Hariri, pelo qual quatro generais libaneses foram inicialmente acusados, desencadeou uma onda de protestos que forçou a retirada das tropas sírias do país, após uma presença de 30 anos no país.
Em março deste ano, o país deu um calote em seus credores. O Líbano deveria reembolsar US$ 1,2 bilhão em títulos do Tesouro, dos quais uma parte significativa está nas mãos dos bancos e do Banco Central, e decidiu não fazer isso.
Embarcação brasileira
A Fragata Liberdade, da Marinha do Brasil, está no mar do Líbano, mas distante do local da explosão. A Marinha publicou uma nota na qual informou que os militares estão bem e não há feridos. A embarcação não estava na área do porto onde ocorreu a grande explosão.
"A Marinha do Brasil informa, com relação à explosão ocorrida em Beirute, hoje, que todos os militares componentes da Força Tarefa Marítima (UNIFIL) da MB estão bem e não há feridos. A Fragata Independência encontra-se operando no mar, normalmente. O navio estava distante do local onde ocorreu a explosão. Outras informações serão passadas tempestivamente. Centro de Comunicação Social da Marinha.
Com informações da rfi, Estadão e G1Post anterior: