Inapropriado: embaixador nega barganha com etanol para favorecer Trump na eleição
por: Mônica Oliveira
O suposto acordo extraoficial com o Brasil foi negado pelo embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapman. O diplomata negou nessa segunda-feira (3) que tenha pedido ao governo brasileiro para derrubar tarifas de importação do etanol americano para ajudar a reeleição de Donald Trump.
Segundo o Estadão a negativa ocorreu depois que o Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos EUA, onde democratas são maioria, pediu explicações ao diplomata. Os congressistas queriam saber sobre medidas comerciais adotadas pelo Brasil que poderiam ajudar a campanha do presidente Trump.
"Qualquer interpretação de que minha defesa de longa data dos interesses comerciais, durante um ano eleitoral, foi uma tentativa para beneficiar um candidato presidencial específico é simplesmente incorreta, afirmou o diplomata, em nota publicada ontem pela embaixada americana.
O democrata Eliot Engel disse, em carta enviada à embaixada dos Estados Unidos em Brasília, que seria "completamente inapropriado um eventual pedido de Chapman de apoio a Trump.
Para um embaixador, a investida seria contra a lei, alertou o congressista que é presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara estadunidense.
Segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, no O Globo, e reportagem do Estadão/broadcast, em encontro com membros do governo o diplomata teria solicitado que as tarifas fossem reduzidas a zero.
Na ocasião, ele inclusive teria indicado a importância de manter Trump na presidência para o governo de Jair Bolsonaro. Porém, o embaixador negou ter pedido ajuda.
Hoje, o Brasil dá isenção na importação de até 750 milhões de litros de etanol por ano a partir daí a tarifa é de 20%. O Estadão confirmou a apuração sobre as conversas entre Chapman e representantes do governo brasileiro.
No caso do etanol, o veículo analisa que uma mudança na cota poderia ser explorada politicamente por Trump junto aos agricultores do Meio-oeste, base do eleitorado republicano. O etanol americano é produzido do milho, com subsídios, mas a pandemia fez cair a demanda, derrubando os preços e impactando situação dos produtores.
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