Após denúncias de racismo, brasileiros não controlam mais Igreja Universal na Angola
por: Eduardo Pinheiro
O Diário da República de Angola, órgão oficial do país africano, comunicou formalmente a dissolução da diretoria da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) e a destituição do bispo brasileiro Honorilton Gonçalves de sua cúpula.
De acordo com a BBC Brasil, a Igreja Universal local alegou "violação sistemática aos estatutos e direitos dos membros, tais como "a discriminação racial e violação das normas estatutárias e a "imposição e coação à castração ou vasectomia aos pastores.
Também são citadas a suposta "privação aos pastores e suas respectivas esposas de acesso à formação acadêmica, científica e técnica profissional; a suposta falsificação de atas, "abuso de confiança da direção da Igreja ao passar procurações com plenos poderes a cidadãos brasileiros para exercer atos reservados à assembleia geral e "abuso de confiança na gestação dos recursos financeiros e patrimoniais, entre outros pontos.
A decisão foi comemorada por religiosos locais como a oficialização da perda do controle do bispo brasileiro Edir Macedo sobre a Universal no país. Para Mathias Alencastro, pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), está realmente oficializado a tomada dos templos.
"Acabou para a Universal. Coloca pedra e cal na estratégia da Iurd de tentar retomar seus templos. E mostra como foi inconsequente e desastrada a tentativa do Itamaraty de resgatar a Iurd. Já estamos vendo a consequência dessa submissão a interesses evangélicos, diz Alencastro.
Pressão de Bolsonaro
Além da queda de Edir Macedo, medida revelou que a pressão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e parlamentares brasileiros não ter surtiu efeito na crise. O presidente havia enviado uma carta, no início de julho, ao seu colega de Angola, João Lourenço, manifestando preocupação com os acontecimentos no país e pedindo o aumento de proteção aos brasileiros.
Porém, uma comissão de senadores e deputados brasileiros pretende visitar Angola na segunda semana de agosto para pedir ao governo local que seja garantida a "reciprocidade de tratamento a cidadãos brasileiros, tal como os angolanos usufruem no Brasil.
Com informações da BBC Brasil
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