Instituto Pensar - Feira Dá os Primeiros Passos para ser Considerada uma Cidade Criativa

Feira Dá os Primeiros Passos para ser Considerada uma Cidade Criativa

"A criatividade dos cidadãos pode
ser o maior ativo de uma cidade", afirma Ana Carla Fonseca durante
seminário


  

‘’Nada de manual ou soluções prontas’’. Para a doutora em Urbanismo, Ana Carla Fonseca, que fez a palestra de abertura do Seminário FeiraCidadeCriativa.com sábado (16), uma cidade criativa precisa ser feita por cidadãos criativos.

O evento foi realizado no teatro da Câmara de Dirigentes Lojistas e realizado pelo Instituto Pensar, em parceria com a Fundação João Mangabeira, CDL e empresas locais. Durante todo o dia diversos palestrantes debateram ideias, com os cerca de 250 participantes, sobre como construir uma cidade mais próxima do que seus moradores precisam através do protagonismo da própria sociedade.

O caráter amplo e suprapartidário do evento refletiu- se na mesa de abertura da qual participaram o presidente da Fundação João Mangabeira o ex- governador do Espírito Santo Renato Casagrande, o vice-prefeito Luciano Ribeiro, a senadora Lídice da Mata e o presidente do Instituto Pensar Domingos Leonelli. Segundo Casagrande, a nova economia brasileira não pode se restringir ao chão da fábrica tradicional. É preciso gerar mais emprego e mais renda com inovação e economia criativa.

O vice-reitor da Universidade Federal da Bahia, professor Paulo Miguez, destacou a cultura como elemento central da economia criativa e lamentou que os cursos de economia não contemplem a economia criativa. Afirmação que foi posteriormente ressaltada pelo também economista e ex-presidente do SEBRAE Bahia, Edival Passos.

Participaram ainda do seminário o deputado estadual e líder do governo, Zé Neto e o coordenador do Observatório Estadual da Economia Criativa da Bahia, Messias Bandeira, o presidente da Associação Comercial de Feira de Santana Marcelo Alexandrino. Além dos debatedores, Richard Alves, Isailton Reis, Joilson Reis, Angelo Almeida, Marialvo Barreto e Richard Alves da Barcelona Mídia deram importantes contribuições ao seminário e destacaram a importância do evento para Bahia e para Feira.

 

Medellín, New York e Feira

O argentino Alejandro Castañé, diretor do projeto Sampa CriAtiva, compartilhou as experiências de cidades como Medellín, na Venezuela, que resolveu problemas crônicos como a violência com ações criativas. "Pequenas ideias fazem sim a diferença. Você pode fazer a transformação no local onde vive", afirmou.

Singularidades de Feira de Santana também foram discutidas e um novo campo de soluções para resolver problemas como o do artesanato e ambulantes pode ser aberto através de novas ideias. "É preciso repensar a cidade com base no seu maior ativo: a criatividade dos seus cidadãos", pontuou Ana Carla que destacou a importância do pertencimento a cerca do local onde se vive e apontou a cultura como o principal traço de uma cidade criativa.

Foi apresentado ainda durante o evento o case "Hand Talk, a história do melhor aplicativo do mundo", pelo seu criador Ronaldo Tenório, demonstrando como a tecnologia pode ser usada como instrumento de transformação social.

O aplicativo foi eleito pela ONU como melhor App Social do mundo em 2013 e de lá pra cá tem ampliado as formas de inclusão e comunicação entre pessoas que possuem o libras ou o português como língua oficial. "Percebemos que o problema do surdo começa dentro de casa. Diagnosticado isso pensamos em uma solução que pudesse ajudar na vida dessas pessoas. Assim surgiu o Hand Talk", contou Ronaldo.O aplicativo já ultrapassou os 700 mil downloads.

"Nosso objetivo ao realizar o evento foi despertar as pessoas de Feira para o conceito de Cidade Criativa e sua proposta de protagonismo social. A reflexão de que nós, enquanto cidadãos, podemos criar alternativas e não esperar apenas por soluções prontas dos governos, seja qual for a esfera, transformar a realidade, e transformar para melhor. ", afirmou um dos coordenadores do evento, Angelo Almeida.

De acordo com o presidente do Instituto Pensar, Domingos Leonelli, esse foi um primeiro e importante passo. Novas ações como a construção de um site sobre a temática serão postas em prática. "A participação e interesse das pessoas de Feira de Santana foi extraordinária. A cidade possui muitas ideias e com a experiência na implantação de outros projetos vamos auxiliar nessa construção que é independente e coletiva".

 

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