Instituto Pensar - Entregadores anunciam nova greve no dia 25 de julho

Entregadores anunciam nova greve no dia 25 de julho

por: Nathalia Bignon 


A primeira greve ocorreu no dia 1º de julho e teve amplo apoio dos entregadores e da sociedade

Entregadores de aplicativos anunciaram, nesta quarta-feira (8), que farão uma nova paralisação geral da categoria no próximo dia 25 de julho. O comunicado ocorreu durante uma reunião entre representantes do segmento com parlamentares, em que a classe listou uma série de reivindicações por melhores condições de trabalho. A primeira greve ocorreu no dia 1º de julho e teve amplo apoio dos entregadores e da sociedade.

Reunidos virtualmente com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os trabalhadores pediram melhores remunerações nas taxas de entrega; a criação de uma taxa mínima para remuneração; o fim dos bloqueios indevidos dos aplicativos; a criação de seguro de acidentes e também de alguma proteção – um seguro saúde, por exemplo – para exercer a atividade com segurança durante a pandemia da covid-19.

Leia também: Em dia de paralisação, projeto quer assegurar direitos a entregadores

O encontro foi organizado pela bancada do PSOL, que prometeu para a tarde desta quinta (9) um novo encontro com o presidente da Câmara e com consultores legislativos dar início à sistematização de um projeto de lei que regulamente os direitos dos empregadores e garanta as reivindicações.

Condições de trabalho

Durante a reunião, a coordenadora da frente de comunicação do movimento, Marcela Geoffroy, defendeu um esforço legislativo para garantir direitos à categoria dos entregadores de aplicativos. Segundo ela, os trabalhadores ganham 70 centavos por quilômetro, com jornadas de 14 horas, de segunda a segunda e ganhando menos que um salário mínimo por mês.

O entregador Abel Santos, do Distrito Federal, afirmou que a pandemia piorou a situação dos trabalhadores de aplicativos e destacou que, fora a baixa remuneração, os entregadores devem arcar com os custos de operação, como a mochila de entrega, a gasolina e a sua própria proteção pessoal.

Pandemia

"Nesta pandemia, as plataformas aumentaram a taxa do restaurante para anunciar na plataforma, aumentaram os valores para os clientes e quando o entregador reivindicou o aumento disseram que não poderia aumentar”, criticou.

"Precisamos desse reajuste anual e da responsabilidade dos EPI’s para não sair do nosso bolso, já que as plataformas vendem com o preço absurdo. Fora as desigualdades no sistema de ranking, por exemplo. Como eu vou ter um tempo de me cuidar, de lazer, tempo com a família. O dia tem 24 horas e trabalha-se 15, 16 horas por dia”, protestou.

Projetos

Na Câmara, ao menos quatro propostas apresentadas em junho tratam do assunto. Medidas vão desde a vinculação do trabalhador à empresa de plataforma digital até a criação de espaços para descanso e o fornecimento de EPIs.

Projeto de Lei 3577/20, do deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA), acrescenta um longo trecho à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para tratar exclusivamente dos empregados que prestam serviços de entrega de mercadorias por meio de aplicativos.

Bira do Pindaré (PSB-MA) também apresentou o PL 3597/2020. A matéria estabelece que empresas de aplicativo contratem seguro contra acidentes e doenças contagiosas para entregadores, não podendo descontar os referidos valores da remuneração.

"O dia 1º de julho foi um dia histórico, em que a categoria se uniu e realizou protestos em diversas cidades brasileiras por melhores condições de trabalho. A mobilização nacional da categoria teve forte crescimento devido ao aumento no volume de trabalho por causa da pandemia”, frisou Bira.

Com informações da Agência Câmara de Notícias



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