Quanto mais mulheres na política, menor a mortalidade infantil, diz estudo
por: Mônica Oliveira
Estudo indica que prefeitas e deputadas mulheres se saem melhor do que homens, nos mesmos cargos, na atuação pelo combate à mortalidade na primeira infância. O apontamento que sugere menos mortes de crianças em cidades geridas, ou com expressiva representação de mulheres, é resultado de pesquisa que usa um sensível indicador para condições de vida da população: a taxa de mortalidade infantil.
O estudo, publicado nessa terça-feira (7) na revista científica estadunidense Health Affairs, envolveu pesquisadores do Brasil e da Colômbia.
"A eleição de uma prefeita foi associada a uma redução na taxa de mortalidade em crianças menores de cinco anos de 0,027 ponto percentual, comenta a nutricionista Ana Clara Duran, pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), uma das autoras do estudo.
Independentemente do espectro político das lideranças femininas, a pesquisa analisou dados de 3.167 dos 5.565 municípios brasileiros, descartando aqueles que apresentavam consideráveis falhas nos registros. Nesse escopo, conta o DW Brasil, a amostragem apresentou queda na mortalidade de crianças de 25,1 para 13,6 mil nascidos vivos entre 2000 e 2015.
Nesse mesmo período, o estudo destaca que o percentual de prefeitas mulheres saltou de 4,5% para 9,7%.
"Evidenciamos que a representatividade das mulheres na política, independente do espectro de ideologia política, reflete em maior implementação de políticas públicas sociais e de medidas que favorecem a saúde pública, destaca a pesquisadora da Unicamp.
Cobertura mais abrangente com mulheres
Os pesquisadores notaram maior abrangência na cobertura de programas sociais em prefeituras comandadas por mulheres, do que nas cidades chefiadas por homens. O Bolsa Família é um exemplo disso, com abrangência 2,5% maior nessas cidades. O Estratégia Saúde da Família, do Ministério da Saúde, tem uma cobertura 1,9% maior nessas localidades do que nos municípios sob gestão masculina.
Duran destaca que "estes achados se mantiveram mesmo após ajuste para o partido político da eleita, ou seja, o efeito é independente do espectro político. Para ela, "a representatividade da mulher amplia a implementação de projetos sociais e o acesso à saúde pública.
O estudo envolveu cinco pesquisadores, da Unicamp, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), da Universidad de Los Andes (Colômbia) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Clique na imagem para acessar artigo publicado na revista Health Affairs.
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