Instituto Pensar - Primeira campanha de doação de sangue voltada à LGBTQI recebe o dobro do previsto

Primeira campanha de doação de sangue voltada à LGBTQI+ recebe o dobro do previsto

por: Eduardo Pinheiro 


Iniciativa ocorre no Rio de Janeiro após o STF acatar ação do PSB e derrubar restrições que impediam pessoas LGBTQI+ de doarem

Foto: Divulgação/ SEDSODH

Como parte da Semana do Orgulho LGBTQI+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais), na segunda-feira passada (29), o Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), no Rio de Janeiro, iniciou a primeira campanha da história de doação de sangue com doadores LGBTQI+. A campanha irá até sexta-feira (3) em três hospitais do Rio de Janeiro, Nova Friburgo e Volta Redonda.

Promovida pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSODH), a ação que aguardava atender 20 pessoas, sob agendamento, obteve mais de 50 doações apenas no primeiro dia.

A campanha inédita acontece graças a recente conquista, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), do direito de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexos, entre outros, também serem doadores. De autoria do PSB, ação a ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) 5.543 questionava as restrições impostas a este grupo.

A secretária Fernanda Titonel avalia que o sucesso da campanha é importante para a conquista da cidadania para a comunidade LGBTI e para toda a população, já que o estoque dos bancos de sangue estão muito baixos devido ao isolamento social causado pela Covid-19. 

‘A população LGBTQI+ saiu às ruas para salvar vidas’

A primeira doadora do dia no HUPE foi a mulher trans Maria Eduarda Aguiar da Silva, presidente do Grupo Pela Vidda Rio, que vê na campanha um passo muito importante para uma população estigmatizada e, até então, proibida de doar sangue apenas devido a sua orientação sexual ou identidade de gênero. 

Hoje, mais do que doar sangue, podemos dizer que a população LGBT saiu às ruas para salvar vidas. Me sinto muito honrada de participar dessa luta pela valorização da vida e pela redução do estigma em torno de pessoas LGBT.

O subsecretário estadual de Promoção, Defesa e Garantia dos Direitos Humanos, Thiago Miranda, que acompanhou a ação no HUPE, lembrou que "doar sangue e salvar vidas sempre foi um desejo de muitos, mas a barreira do preconceito sempre foi um obstáculo”



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