Projeto coletivo quer enegrecer a política nas eleições 2020
por: Mônica Oliveira
A coisa vai ficar preta. "Enegrecer a política é palavra de ordem contra o racismo e também o nome dado ao projeto que vai mapear candidaturas negras nas eleições 2020. Segundo o portal Mundo Negro, a iniciativa tem o objetivo de avançar ainda mais em pautas raciais e melhorar as condições de vida das pessoas negras, ampliando a representatividade do segmento na esfera política institucional.
Segundo idealizadores da proposta, em meio pandemia, a população negra tem sido responsável pelas mais inspiradoras ações de solidariedade e coletividade.
"É nossa tarefa também construir meios para que espaços de poder e decisão na e sobre a sociedade sejam ocupados por quem realmente representa a maioria do povo brasileiro: as pessoas negras, destaca a iniciativa.
O projeto vai mapear candidaturas negras e analisar contextos políticos e eleitorais, em que candidaturas negras encontras barreiras para a participação em disputas eleitoras a espaços de poder e decisão.
Construída a várias mãos, a proposta visa atuar na coleta de dados e divulgação de informações sobre o quadro de candidaturas negras na eleições 2020, além de articular uma rede de suporte para o surgimento de mais lideranças. A ideia é promover transformações sociais, por meio da "alternância de poder nos municípios do Brasil.
Eleições 2018
Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2018 foram eleitos 22,02% deputados federais negros e 2,5% deputadas federais negras. São menos de 25% de representatividade de uma sociedade onde 50,7% da população se reconhece negra.
"Dizem que o nosso sistema político é uma democracia representativa, e que as pessoas eleitas decidem por nós porque nos representam. Mas será que representam mesmo?, questiona o manifesto.
Outro dado revelador dessa assimetria racial vem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com o órgão, 8 em cada 100 candidatos nas eleições municipais de 2016 se declararam negros.
O projeto
A iniciativa coletiva reúne 7 organizações ao redor do Brasil, que estão unindo esforços para fortalecer o segmento e equilibrar forças políticas nos espaços de decisão. São elas: Bigu Comunicativismo, Blogueiras Negras, Coletivo de Mulheres Negras Maria-Maria Fórum Marielles, Mulheres Negras Decidem, Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas e Observatório Feminista do Nordeste.
Acesse aqui o site do projeto para saber mais.
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