Pesquisa revela perda nos setores cultural e criativo durante a pandemia
por: Mônica Oliveira
Primeiros e mais afetados pela crise da covid-19 no Brasil, os setores cultural e criativo "tendem a voltar à atividade só no fim da crise. A análise, do sociólogo Rodrigo Amaral, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), tem por base pesquisa que revela perda nos setores cultural e criativo durante a pandemia.
Resultados preliminares do estudo Percepção dos Impactos da Covid-19 nos Setores Culturais e Criativos do Brasil, articulado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), foram divulgados na segunda-feira (29), em live do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura, no Rio.
Amaral, um dos coordenadores do estudo, observa que "A preocupação das pessoas está muito negativa, de perda generalizada.
Diversos estudos já apontam os impactos negativos da crise sanitária sobre a economia, mas, de acordo com Amaral, os danos para a cultura e a economia criativa são muito mais fortes, destaca Isto é Dinheiro. Entre as organizações ligadas aos dois setores, mais de 40% disseram ter registrado perda de receita entre 50% e 100%.
Impacto no setor
Segundo outro integrante da equipe de pesquisadores, Pedro Affonso Ivo Franco, era preciso um estudo que confirmasse o cenário, não só nos setores de criação e produção, mas também nos de distribuição da cadeia produtiva.
"Também tínhamos a ideia de munir gestores públicos municipais e estaduais com informações em tempo real sobre este impacto para que possam agir junto ao setor, contou.
Juntos, os setores cultural e criativo movimentam R$ 171,5 bilhões por ano, o equivalente a 2,61% de toda a riqueza nacional (FIRJAN/SENAI, 2019). O Sistema de Informações e Indicadores Culturais do IBGE registrou, em 2018, a existência de 5,2 milhões de pessoas ocupadas em atividades culturais e criativas no Brasil (SIIC/IBGE, 2019).
"Por enquanto, são dados preliminares, que não abrange impacto clássico, mas sim a percepção dos agentes. Entre maio e julho, a percepção de perdas de 100% da receita agrava para 44,7%, explanou Rodrigo Amaral.
Dos 964 participantes entrevistados na pesquisa, 69% foram envios individuais e 31% coletivos, em sua maioria de trabalhadores da área de artes performáticas (música, teatro, dança, circo). "Para estes profissionais, a percepção de redução total da receita é de 51,95%, informou o sociólogo.
Saiba mais acessando o site da pesquisa, aqui.
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